"Sporting já se viu defraudado de sete pontos, que dariam o primeiro lugar"
Bruno de Carvalho pediu a mobilização dos adeptos para combater o "estado de coisas" do futebol português.
"Ser competente não basta. As regras não são cumpridas e o prevaricador é, por norma, premiado. Todos temos presente o que se passou na Taça de Portugal, o que ainda está a acontecer na Taça da Liga e o jogo de Setúbal é a prova de que algo de grave se passa", assinalou o dirigente, visivelmente agastado com a prestação da equipa de arbitragem no encontro da 22.ª jornada da Liga.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
"Ser competente não basta. As regras não são cumpridas e o prevaricador é, por norma, premiado. Todos temos presente o que se passou na Taça de Portugal, o que ainda está a acontecer na Taça da Liga e o jogo de Setúbal é a prova de que algo de grave se passa", assinalou o dirigente, visivelmente agastado com a prestação da equipa de arbitragem no encontro da 22.ª jornada da Liga.
De resto, Bruno de Carvalho não tem dúvidas em afirmar que "a classificação seria outra sem os erros colossais" que aponta, exemplificando com os jogos frente ao Rio Ave, Nacional, Académica e V. Setúbal para o campeonato. "O Sporting já se viu defraudado de sete pontos, que por muita coincidência dariam o primeiro lugar", acrescentou.
O dirigente fez questão de contextualizar a denúncia, referindo que não é de agora o sentimento de injustiça que percorre Alvalade. "Ao longo dos últimos 30 anos, o Sporting tem sido fortemente prejudicado. Não queremos ser nós os beneficiados, queremos é dizer basta a sermos prejudicados", sentenciou.
“Não há quem tenha a coragem suficiente para alterar o que precisa de ser alterado”, lamentou, insistindo que os adeptos “têm de se mobilizar”. “Os sportinguistas têm de arranjar formas pacíficas de dizerem basta, formas pacíficas de indignação. Não podemos aceitar mais este estado de coisas. Há um sentimento que nos assola a todos, que é o sentimento de impunidade”, concluiu.
Ao olhar para trás, o presidente do Sporting vê um trabalho competente realizado em Alvalade e lamenta que não tenham deixado a equipa ir mais longe: “Há aqui várias lutas, pelo primeiro lugar, pelo segundo lugar e o prémio de compensação do terceiro lugar. São tantas forças em cima (e que fique claro que me refiro ao Benfica) e em baixo (refiro-me ao FC Porto) a puxar, que não tenho dúvida nenhuma que o Sporting não poderia ter outro objectivo que não fosse jogo a jogo, até porque só pode ter influência no que controla, e o que controla é o seu trabalho”.
O timing da intervenção também mereceu um esclarecimento de Bruno de Carvalho — “Não é a semana que antecede o jogo com o FC Porto, é a semana que se segue a uma arbitragem vergonhosa em Setúbal” —, antes de uma denúncia final: “Tenho tido várias ameaças de morte, há pouco tempo o carro do Inácio foi vandalizado e não nos ouvem a dizer se é a pessoa ou o clube a, b, c ou d”.