Anos mais quentes permitem que malária ataque em altitude

Estudo analisou mais de uma década de casos de malária em regiões em altitude da Colômbia e da Etiópia. Investigadores aconselham que se trave a doença nas regiões de fronteira onde o parasita existe.

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O mosquito que transmitem a malária não sobrevivem em regiões frias Christian Puygrenier/AFP (arquivo)

A malária é causada pelo Plasmodium, um parasita que se multiplica primeiro nas células do fígado humano, depois nos glóbulos vermelhos. Quando está no sangue e rebenta com estas células, causa febres, dores de cabeça e morte, principalmente nas crianças mais novas. Em 2010, a Organização Mundial da Saúde contabilizou 219 milhões de pessoas infectadas pelo parasita – a maioria em África – e cerca de 660 mil mortes. Há estudos que colocam o número de mortes no dobro.

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A malária é causada pelo Plasmodium, um parasita que se multiplica primeiro nas células do fígado humano, depois nos glóbulos vermelhos. Quando está no sangue e rebenta com estas células, causa febres, dores de cabeça e morte, principalmente nas crianças mais novas. Em 2010, a Organização Mundial da Saúde contabilizou 219 milhões de pessoas infectadas pelo parasita – a maioria em África – e cerca de 660 mil mortes. Há estudos que colocam o número de mortes no dobro.

O Plasmodium é transmitido quando a fêmea dos mosquitos anófeles pica os seres humanos. Mas o mosquito tem dificuldade em sobreviver em zonas mais frias, a grande altitude, mesmo nas regiões tropicais.

Uma equipa internacional, com investigadores dos Estados Unidos e do Reino Unido, foi analisar os dados de duas regiões diferentes. A equipa estudou os casos de malária entre 1993 e 2005 em Debre Zeit, uma região que fica no centro da Etiópia de 2920 quilómetros quadrados, a uma altitude entre os 1600 e os 2500 metros, onde viviam 1,5 milhões de pessoas em 2005. E analisou os dados entre 1990 e 2005 da malária na região de Antioquia, no Norte da Colômbia, uma área com cerca de 63.600 quilómetros quadrados, cuja altitude varia entre os 50 e os 2700 metros, e onde viviam 600 mil pessoas em 2005.

Depois, conseguiu associar o número de casos de malária com a altitude e com a temperatura ao longo dos anos. “Vimos uma expansão de casos de malária a maiores altitudes em anos mais quentes, o que é um sinal claro de uma resposta da malária das terras altas às mudanças do clima”, explicou, em comunicado, Mercedes Pascual, investigadora da Universidade do Michigan, nos Estados Unidos. “A grande conclusão é que, com temperaturas mais altas, esperamos ver um número maior de pessoas expostas à malária em zonas tropicais de altitudes como estas.”

Segundo a equipa, estudos anteriores indicam que o aumento de um grau Celsius na temperatura média na Etiópia pode originar mais três milhões de casos de malária por ano neste país em pessoas com menos de 15 anos.

O problema nas regiões altas, onde não costuma haver malária, é que a população não tem defesas naturais contra a doença e teme-se que esteja mais vulnerável ao parasita. A equipa sugere que se tente travar o avanço da doença nas regiões de fronteira onde a malária existe normalmente. É mais difícil travar a infecção a altitudes mais baixas, onde os mosquitos da malária vivem sem dificuldades e o Plasmodium está bem estabelecido na população humana.