Sharks e Bulls mostram força, Crusaders em retoma

Na quarta jornada do Super Rugby, os Force surpreenderam frente aos Rebels

Crusaders ganham o “braço-de-ferro”

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Crusaders ganham o “braço-de-ferro”

Os Crusaders, que continuam a denotar a falta de Richie McCaw e Dan Carter, conseguiram, pela margem mínima, a primeira vitória na presente edição do Super Rugby. Num jogo sem grande exuberância mas com muita emoção, os anfitriões mantiveram o bom historial em casa contra sul-africanos. Com duas defesas resolutas, ambas as equipas chegaram ao intervalo empatadas (3-3), com Tom Taylor e Demetri Catrakilis a repartirem os pontos. No segundo tempo foram os sul-africanos os primeiros a atingir o toque-de-meta, através de Damien de Allende que finalizou um excelente ataque iniciado por Schalk Burger (3-13). Os Crusaders responderam com uma penalidade de Tom Taylor (6-13) e através do centro Kieron Fonotia, que furou a linha de vantagem adversária e marcou o primeiro ensaio da equipa da casa (11-13). Relançados para a discussão do resultado, os anfitriões intensificaram a pressão sobre os sul-africanos e Taylor acabaria por converter nova penalidade, a castigar um fora de jogo de Michael Rhodes, que fixou o resultado final (14-13).

Force contra-ataca

Foto

A edição 2014 do Super Rugby está repleta de surpresas e este jogo não foi excepção: ao fim de 28 jogos na competição, os Force conseguiram o seu primeiro ponto de bónus ofensivo. Provavelmente, as mudanças na equipa dos Rebels motivaram a fraca prestação dos australianos, mas não se pode tirar o mérito à equipa da casa que, para espanto de todos, ao fim de 26 minutos já tinha marcado quatro ensaios: Alby Mathewson (1’), Luke Morahan (9’), Matt Hodgson (23’) e Angus Cottrell (26’). O abertura sul-africano Sias Ebersohn não falhou as conversões, estabelecendo os pontos finais da equipa, contra nenhum ponto dos visitantes (32-0). Os Rebels, tentaram reagir na segunda parte, mas apenas produziram um ensaio, no último minuto da partida, por intermédio de Telusa Veainu, a concluir um bom passe ao pé de Bryce Hegarty (32-7).

Bulls indomáveis

Os Bulls continuam imbatíveis em casa, surgem rejuvenescidos e conseguiram o primeiro ponto-bónus da temporada, aplicando a receita que os levou a três títulos Super Rugby: um “pack” avançado agressivo e um bom jogo ao pé. Apelidado de um estilo de jogo “aborrecido”, os Bulls apostam na essência do râguebi de Limpopo (Norte do Transvaal). Deon Steggman, um especialista em “turnovers” trouxe o equilíbrio que faltava aos homens de Pretória nos “rucks” e Jacques-Louis Potgieter devolveu a estabilidade que as linhas-atrasadas requerem para utilizarem um jogo mais expansivo. E se os Blues permaneceram na discussão pelo resultado, foi porque aos Bulls assim o permitiram através da falta de disciplina. O jogo começou com o ensaio de Jacque-Louis Potgieter após uma formação-ordenada a 10 metros da linha de ensaio adversária (7-0). Após trocas de penalidades entre ambas as equipas, Jonathan Ross aproveitou a confusão num “maul” para fazer o segundo ensaio (20-9) e, um minuto antes do intervalo, Jan Serfontein conseguiu o terceiro (25-12), enquanto o jogo ao pé do abertura Simon Hickey mantinha os neozelandeses na discussão pelo resultado. Na segunda parte os anfitriões retiraram a pressão exercida na primeira parte e os Blues ganharam ascendente, que seria traduzido num ensaio de Pita Acki (25-19). Os Bulls acabariam por conseguir o ponto de bónus ofensivo a dois minutos do fim da partida, após um toque de meta de Marcel Van der Merwe (38-22).

Lions afogam-se no tanque de Durban

Os Sharks, comandados por Bismark du Plessis, sofreram um contratempo antes do jogo, quando um febril Patrick Lambie foi substituído por Frans Steyn, mas a equipa de Durban deixou claro o fosso de classe e qualidade que existe entre ambas as equipas. Com nove Springboks em campo, os anfitriões assumiram as despesas da partida e, aos 7’, o centro Paul Jordaan finalizou um excelente ataque de Lwazi Mvovo (7-0). Após Marnitz Boshoff e Frans Steyn, repartirem entre ambos três penalidades - ambos obtendo um rácio de 100% na hora de rematar aos postes -, o formação Jacobus Reinach conseguiria o segundo ensaio, consolidando a liderança dos Sharks ao intervalo (23-9). No segundo tempo, com ambas as equipas a lutar contra a humidade que se fazia sentir em Durban, o ponta Odwa Ndungane marcou o terceiro ensaio (30-9). Os Lions aproveitaram a desconcentração dos anfitriões e a suspensão de Ryan Kankowski, por uma falta num “maul”, para obter o primeiro ensaio por intermédio de Francois de Klerk (30-16). O período de ascendência dos visitantes culminaria num segundo ensaio forasteiro, concluído pelo centro Deon van Rensburg depois de um “maul” dos Lions (30-23). A equipa da casa, já com quinze homens em campo, acabaria por conseguir chegar ao ponto de bónus ofensivo, já no último minuto do jogo, quando Marcell Coetzee efectuou o toque-de-meta após um “maul” a cinco metros da linha de ensaio visitante (37-23).