Papa Francisco nomeou oito cardeais e sete leigos para o Conselho de Economia
"As relações entre o Conselho e a Secretaria de Economia serão definidas pelos estatutos, mas o Conselho é um organismo que terá a sua própria autoridade e não será apenas um simples órgão consultivo para a Secretaria", afirmou o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
"As relações entre o Conselho e a Secretaria de Economia serão definidas pelos estatutos, mas o Conselho é um organismo que terá a sua própria autoridade e não será apenas um simples órgão consultivo para a Secretaria", afirmou o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi.
Os oito cardeais que serão membros do Conselho para a Economia por cinco anos são o alemão Reinhard Marx, que será o coordenador, o norte-americano Daniel DiNardo, o sul-africano Wilfrid Napier, o francês Jean-Pierre Ricard (arcebispo de Bordéus), o mexicano Norberto Rivera Carrera, o peruano Juan Luis Cipriani Thorne, o bispo de Hong Kong John Tong Hon, e o vigário geral de Roma desde 2008 o arcebispo Agostino Vallini.
Os sete leigos são Joseph FX Zahra, ex-director do Banco Central de Malta, o francês Jean-Baptiste Franssu, líder da empresa de consultoria Incipit, John F. Kyle, um canadiano-norte-americano ex-dirigente e reformado da empresa Imperial Petróleo, Enrique Cueto Llano, economista espanhol na Universidade de Madrid e especialista em auditoria, Jochen Messemer, ex-sócio da empresa de auditoria McKinsey, Francesco Vermiglio, professor de gestão de empresas na Universidade de Messina (Sicília) e George Yeo, ex-ministro das Finanças de Singapura.
"A origem geográfica dos membros do Conselho reflecte a universalidade da Igreja. A criação deste Conselho é um passo fundamental para o fortalecimento das estruturas de gestão da Santa Sé para melhorar a coordenação e o acompanhamento das questões económicas e administrativas", disse o padre Lombardi.
Já a nova secretaria será responsável pelos fluxos financeiros de cada um de cerca de 20 dicastérios [ministérios], deverá validar os diferentes orçamentos e a programação do pessoal. Este novo "ministério" é uma nova estrutura destinada a unificar e simplificar um organigrama de decisão e de controlo, até aqui muito fragmentado e burocrático.
O novo Ministério da Economia é liderado pelo cardeal australiano George Pell, sendo o "número dois" o antigo secretário particular do Papa, Alfred Xuereb.
A administração da Santa Sé foi alvo de muitos problemas e escândalos, devido à opacidade de seu funcionamento, à dispersão dos seus funcionários, aos privilégios antiquados, à falta de controlo e métodos burocráticos, depois do escândalo revelado pela fuga de informação "Vatileaks" em 2012.
A 25 de Fevereiro último, o Papa acelerou a reforma da Cúria, ao anunciar a constituição desta "secretaria da Economia", dotada de poderes alargados.