Kerry chegou a Kiev com empréstimo de emergência de mil milhões de dólares
Parlamento ucraniano ratificou o acordo de empréstimo de 610 milhões de euros da União Europeia. Embaixador ucraniano na ONU quantifica em 16 mil os soldados russos deslocados na última semana para a Crimeia.
“Venho aqui com instruções do Presidente Barack Obama para tornar claro que os Estados Unidos preferiam que eta crise fosse gerida através das instituições internacionais. Mas se a Rússia não optar por trabalhar com o governo ucraniano, então os nossos parceiros terão de se juntar a nós para alargar os passos tomados nos últimos dias, para a isolar diplomática, política e economicamente”, afirmou o secretário de Estado norte-americano.
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“Venho aqui com instruções do Presidente Barack Obama para tornar claro que os Estados Unidos preferiam que eta crise fosse gerida através das instituições internacionais. Mas se a Rússia não optar por trabalhar com o governo ucraniano, então os nossos parceiros terão de se juntar a nós para alargar os passos tomados nos últimos dias, para a isolar diplomática, política e economicamente”, afirmou o secretário de Estado norte-americano.
Sublinhando que “não houve um súbito crescimento de crimes, nem de saques”, algo que justifique a argumentação de que os cidadãos russos estão em perigo na Ucrânia, John Kerry frisou que a Rússia “esta a ignorar a realidade”. O novo governo formado após a fuga do Presidente Viktor Ianukovich de Kiev “foi aprovado pelo Parlamento ucraniano, inclusivamente por membros do partido do Presidente deposto.”
O Parlamento ucraniano ratificou esta terça-feira o acordo de empréstimo de 610 milhões de euros da União Europeia, que nunca foi assinado pelo então Presidente Viktor Ianukovich. O empréstimo fazia parte do acordo de associação e comércio livre cuja rejeição deu origem aos protestos de rua que levaram à actual crise político-militar.
O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou entretanto às tropas envolvidas em exercícios no Oeste da Rússia, em zonas fronteiriças com a Ucrânia, que regressem às suas bases, disse um porta-voz. Militares russos mantém o controlo da região autónoma ucraniana da Crimeia, onde algumas forças locais se mantêm fiéis ao governo interino de Kiev.
O porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, que anunciou a suspensão de exercícios em território russo, disse que essas manobras, realizadas nos últimos dias, foram um êxito. O Governo de Moscovo nega que as movimentações desses militares estejam relacionadas com a Ucrânia, embora tenham aumentado a tensão na zona.
A Ucrânia quantificou em 16 mil o número de soldados russos deslocados para a região da Crimeia desde a semana passada. “Desde 24 de Fevereiro, aproximadamente 16 mil soldados russos foram deslocados para a Crimeia em navios militares, helicópteros e aviões de transporte”, disse o embaixador ucraniano nas Nações Unidas, Yuriy Sergeyev,.
Numa reunião do Conselho de Segurança, segunda-feira à noite, a Rússia declarou que a sua intervenção foi uma resposta a pedido do deposto Presidente ucraniano, Viktor Ianukovich, que as autoridades de Moscovo continuam a reconhecer.
O governo de Washington anunciou entretanto a suspensão de contactos militares com a Rússia. A decisão, anunciada pelo almirante John Kirby, abrange exercícios conjuntos, conversações bilaterais, visitas e conferências.
A intervenção militar russa na região ucraniana da Crimeia levou também os Estados Unidos a anunciarem a suspensão das negociações com a Rússia para estreitar laços comerciais e investimentos, noticiou o Wall Street Journal.
Um assessor do Kremlin disse que se os Estados Unidos impuserem sanções à Rússia por causa da Ucrânia, Moscovo pode ser levado a abandonar o dólar como moeda de reserva e a recusar-se a pagar os empréstimos que tem junto de bancos norte-americanos. A declaração foi feita por Sergei Glazyev, um assessor que normalmente toma posições duras, não são necessariamente seguidas pelas autoridades, nota a Reuters. Glazyev disse que se Washington congelar contas de empresários e cidadãos russos, a Rússia pode recomendar que os detentores de títulos do tesouro dos Estados Unidos os vendam.