Governo convicto de que conflitos na Ucrânia não prejudicam exportação de calçado para a Rússia

Empresários estão preocupados. Rússia representa 3% das exportações do sector. Em 2013, a exportação aumentou 111% para 50 milhões de euros.

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Conflito pode afectar exportações para a Rússia Nuno Ferreira Santos

“Em Portugal, às vezes parece que temos de contaminar as boas ou as óptimas noticias com pequenas ameaças. Este sector exporta para dezenas e dezenas de países. Os seus principais clientes são países bastante estáveis como França, Itália, Alemanha, Reino Unido e Dinamarca e está a expandir-se para muitos mercado emergentes, de que a Rússia é um exemplo acompanhado por muitos outros países em África, América Latina, EUA, Ásia”, como a China, desdramatizou o governante, quando questionado sobre o assunto.

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“Em Portugal, às vezes parece que temos de contaminar as boas ou as óptimas noticias com pequenas ameaças. Este sector exporta para dezenas e dezenas de países. Os seus principais clientes são países bastante estáveis como França, Itália, Alemanha, Reino Unido e Dinamarca e está a expandir-se para muitos mercado emergentes, de que a Rússia é um exemplo acompanhado por muitos outros países em África, América Latina, EUA, Ásia”, como a China, desdramatizou o governante, quando questionado sobre o assunto.

Pires de Lima deixou o conforto da Horta Seca, em Lisboa, para “ajudar a promover” o calçado português, sem porém o usar. “Calço às vezes Portugal. Depende, tem dias. Todos nós temos a oportunidade de comprar mais português. Neste momento não”, assumiu. 

Durante a visita à feira, onde se encontram representadas 88 empresas de calçado nacional, vários empresários admitiram estar preocupados com a possibilidade de o conflito naquela latitude do globo poder lesar o volume de exportações de calçado para aquele mercado emergente.

De acordo com a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APPICAPS), a Rússia representa já 3% das exportações de calçado português. É considerado um mercado em franco crescimento, com uma subida de 111% em 2013 para 50 milhões de euros.

“Estamos preocupados. Vai sempre afectar alguma coisa em termos de vendas para a Rússia. Costumavam vir ucranianos a esta feira e desta vez ainda nem os vi”, disse António Marques, da marca de calçado Cubanas, durante a visita do ministro. “As botas são muito boas, a imagem da marca é que é um pouco revolucionária”, gracejou Pires de Lima.

“Tenho visto as notícias e realmente estou preocupado. Tenho lá um representante no meu caso. Ainda ontem [segunda-feira] estiveram aqui no stand alguns ucranianos, viram as notícias sobre o país deles e estavam preocupadíssimos”, referiu o conhecido estilista Miguel Vieira. O criador salienta, porém, que até agora não sentiu “qualquer prejuízo” nas suas vendas decorrentes do conflito. “Os meus sapatos custam entre 100 a 300 euros. É para um estrato de luxo. Penso que poderá não ser afectado”, acrescentou.

Pelo contrário, José Correia, da Helsar, mantém a entrada no mercado russo como a sua “principal aposta”. Através de uma colaboração com uma estilista do Reino Unido, a empresa já produziu sapatos para várias celebridades. Pippa Middleton calçou sapatos da Helsar no casamento da irmã Duquesa de Cambridge, Catherine, com o príncipe William do Reino Unido.

O ministro da Economia fez ainda questão de sublinhar que “o calçado é um sector exemplar em Portugal. Ao longo dos últimos 20 anos, deu a volta. Este sector foi criando valor e hoje é um sector de referência do ponto de vista da economia portuguesa”. Pires de Lima ressalvou também que o sector do calçado “exportou, em 2013, mais de 1700 milhões de euros” e que “nos últimos anos tem vindo a crescer a taxas sempre próximas dos 10% ao ano”. Está com uma dinâmica muito forte de exportação”, apontou o governante.

O jornalista viajou a convite da APPICAPS