O Estado está muito melhor, as pessoas é que não...
A democracia prescinde de instrumentos tão violentos e agressivos como os usados por Cristo. Vive o processo histórico. A interregnos e sobressaltos, com dor, sofrimento e angústias, tomada por vendilhões sem valores e sem princípios. O seu “chicote” são as ideias, os valores e a força do voto. Os vendilhões não o conseguirão vender ou vencer, embora o desrespeitem. Dissimulam respeitá-lo. No íntimo, odeiam-no. Questiona, periodicamente, o que anseiam e só isso: o poder.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A democracia prescinde de instrumentos tão violentos e agressivos como os usados por Cristo. Vive o processo histórico. A interregnos e sobressaltos, com dor, sofrimento e angústias, tomada por vendilhões sem valores e sem princípios. O seu “chicote” são as ideias, os valores e a força do voto. Os vendilhões não o conseguirão vender ou vencer, embora o desrespeitem. Dissimulam respeitá-lo. No íntimo, odeiam-no. Questiona, periodicamente, o que anseiam e só isso: o poder.
Mercadejam a Pátria e o Estado a estrangeiros e amigos.
Aguardamos, com sofrimento e espanto, o que da Pátria e de nós ainda resta. Não calamos. Temos a força da revolta na palavra.
Transaccionam tudo na bolsa e em concurso público. Mais por ajuste directo. Cozinhado às ocultas.
Estará sempre presente a nossa História. Dialogaremos com ela a ler Os Lusíadas. Na Torre de Belém, na Torre dos Clérigos, nos Jerónimos.
Não são permeáveis às negociatas da bolsa e mercados.
Olharemos em todo o futuro a corrida do Tejo, do Mondego e do Douro para o Atlântico, onde mergulham. Desesperados, não podem vender a Serra da Estrela, as areias finas do Algarve. A natureza não é vendável.
Desgraça e tristeza nossa, passaremos a ver e sentir águas das monções orientais ou de outro mercado, nas torneiras e duches das habitações. Como a energia que ilumina e aquece as nossas casas, de preço sempre a subir, dizem eles, até 2020.
As cartas de amor, a enviar e receber, estão agora sujeitas à volúpia e espionagem de serviços secretos. Os CTT mudaram de mãos e pés. Num “sucesso” bolsista.
As estrelas e o céu azul de Lisboa brilharão com ou sem eles. A natureza supera a ganância de mercados e governos. Rejeita tributações, beatíficos mercados.
Lá vem a dor da alma, o sofrimento, a depressão. Que vão eles fazer aos nossos aviões com décadas e décadas de existência? Vender. Vendem tudo. Viajaremos numa airline qualquer. Um símbolo de Portugal. Uma companhia aérea que dá rendimento. A TAP, diz Fernando Pinto, o administrador, “está cada vez melhor…”. Vão vendê-la! A “investidores institucionais”, claro. O Governo vai vender a TAP. Comprou-a nas eleições. Fica com uns niquinhos do seu capital. A ver os outros voarem.
Sem as vendas, a Nação já era pobre. Com elas, ficou mais pobre.
Isto encaixa na novel teoria jurídico-constitucional do Estado: “a vida das pessoas não está melhor, mas a do País está muito melhor…”, ditou Luís Montenegro, génio de Direito Constitucional. O País, o Estado existe por si, para si, não para as pessoas. Governam para o Estado!
O País não tem nada a ver com pessoas! É uma entidade mítica. Concretiza-se nas assembleias ruidosas e obedientes do Coliseu dos Recreios. Onde se aplaude o chefe, fonte de todo poder, do lugar e das benesses.
A Comunidade, as pessoas não são nada. Que fiquem sempre pior.