É normal que se fale de retoma económica devido a eleições, diz presidente da CNIS

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Padre Lino Maia, ao centro, diz que o povo merece ser eleito e não "utilizado" Enric Vives-Rubio

"Avizinhando-se um período eleitoral, é normal que se fale em retoma; é normal que se explorem sinais que ninguém vê com suficiente clareza", afirmou à agência Lusa Lino Maia, em Fátima, onde a CNIS promove esta segunda-feira um encontro nacional de responsáveis de lares de infância e juventude.

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"Avizinhando-se um período eleitoral, é normal que se fale em retoma; é normal que se explorem sinais que ninguém vê com suficiente clareza", afirmou à agência Lusa Lino Maia, em Fátima, onde a CNIS promove esta segunda-feira um encontro nacional de responsáveis de lares de infância e juventude.

O presidente da CNIS salientou que o país vai entrar agora num período eleitoral, primeiro com as eleições para o Parlamento Europeu e, depois, eleições legislativas. "Até 2018 vamos estar sempre em ciclos eleitorais (...). Nós sabemos como estas coisas são", declarou Lino Maia, adiantando: "Quem está, de facto, de parabéns - se podermos falar de parabéns - é o povo português, que tem sabido estar, que tem sabido dar-se, tem sabido compreender alguns esforços. É o povo português que merece, de facto, ser eleito e não propriamente utilizado", considerou.

Confrontado com as declarações do líder do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na abertura do congresso social-democrata, que anunciou a melhoria do país nos últimos dois anos e sublinhou que se pagou "um preço muito elevado", o presidente da CNIS acrescentou: "Gostava de acreditar [na retoma económica], mas não estou assim muito optimista".

"É possível que o país tenha melhorado, não tanto economicamente - isso está pior", garantiu o sacerdote, sublinhando: "Portugal está mais pobre." O responsável adiantou: "A situação, de facto, está pior. E nós vemos neste sector que muita gente e mais pobre nos vai batendo à porta diariamente."

"Gostaria que houvesse retoma, mas Portugal não voltará, certamente, àquilo que já foi. Talvez tenhamos vivido numa certa ilusão, mas eu continuo a pensar que ainda não há condições para uma retoma séria, porque também não tem havido opções fundamentais que são necessárias para este país", continuou. O responsável defendeu que uma "opção fundamental" passa por políticas do território, que "não têm havido".

"Continuamos todos muito voltados para o litoral, voltados para as grandes metrópoles, o interior está muito desertificado, muito empobrecido, muito envelhecido, muito abandonado e é dali que poderá vir uma nova aurora para este país", observou, considerando que "é dali que tem que vir a retoma e é para ali que é preciso voltar o nosso olhar".