Dilma Rousseff quer cabo submarino para comunicar com a UE sem passar pelos EUA

A ideia é ficar a salvo da espionagem americana. Projecto vai ao encontro da ideia de fazer rede europeia livre da curiosidade de Washington.

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Dilma Rousseff foi ao encontro de propostas apresentadas recentemente por Merkel GEORGES GOBET/AFP

Um dos objectivos que Rousseff tinha na agenda da cimeira União Europeia-Brasil que decorreu nesta segunda-feira em Bruxelas era tentar definir o financiamento para este projecto no valor de 185 milhões de dólares (134,8 milhões de euros), que poderia estar pronto a executar no ano que vem, diz a Reuters.

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Um dos objectivos que Rousseff tinha na agenda da cimeira União Europeia-Brasil que decorreu nesta segunda-feira em Bruxelas era tentar definir o financiamento para este projecto no valor de 185 milhões de dólares (134,8 milhões de euros), que poderia estar pronto a executar no ano que vem, diz a Reuters.

No ano passado, a Presidente adiou uma visita de Estado a Washington por causa das escutas norte-americanas ao seu telefone – e ao seu Governo. Por causa disso, Edward Snowden, que obteve asilo temporário na Rússia, está agora a tentar obter refúgio no Brasil – até agora, sem sucesso.

A preocupação da Presidente brasileira em manter as comunicações de telefone e de Internet a salvo da curiosidade dos espiões norte-americanos vem agora ao encontro das preocupações expressas pela chanceler alemã, Angela Merkel – que propôs recentemente que a Europa tratasse de construir uma rede própria de comunicações, que também se fechasse aos olhos e ouvidos americanos.

“Saúdo a chanceler Merkel por propor essa rede. Nós temos uma preocupação similar, principalmente quando se trata de comunicações de fibra óptica interoceânica", afirmou Dilma Rousseff. As verificações de segurança desses cabos são essenciais, disse a Presidente brasileira, e defendeu a necessidade de respeitar sempre “os direitos e a soberania” dos Estados e das empresas.

Nos seus actuais moldes, o projecto seria uma joint-venture entre o operador brasileiro Telebras e a espanhola IslaLink Submarine Cables, que faria a colocação dos cabos de fibra óptica. A empresa brasileira teria 35%, a espanhola 45% e fundos de pensões europeus e brasileiros poriam o resto – sendo que o Brasil deveria ter mais de 50% no projecto, pelo que os fundos brasileiros deveriam investir mais capital do que os europeus, adianta a Reuters.