Genéricos do Viagra venderam mais de 30 mil embalagens no primeiro mês

O medicamento da Pfizer corre o risco de desaparecer, até por ser um dos casos em que o “estigma” leva as pessoas a terem vergonha de dizer o nome Viagra na farmácia

Foto
Viagra "corre o risco de desaparecer", segundo estudo Mark Blinch/Reuters

Nas contas no investigador Alberto Castro, o Viagra perdeu neste curto espaço de tempo, em que deixou de estar protegido pela patente, 36,3% de quota de mercado em termos de volume de vendas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Nas contas no investigador Alberto Castro, o Viagra perdeu neste curto espaço de tempo, em que deixou de estar protegido pela patente, 36,3% de quota de mercado em termos de volume de vendas.

Ao todo, em Dezembro foram vendidas 51.209 embalagens de medicamentos para a disfunção eréctil, os quais 8587 pertenciam ao fármaco da Pfizer, que ocupava o terceiro lugar na lista dos mais vendidos. Em Janeiro as vendas dispararam para as 85.261 embalagens e o próprio Viagra subiu para 9165, sendo que os genéricos venderam 30.350. Mesmo assim, Alberto Castro, com base nos dados consultora IMS Health, estima que o medicamento de marca tenha passado de um peso 16,8% na área para 10,7% – o que representa uma queda com um impacto negativo de 36,3% num só mês.

“Devido ao elevado preço muitos doentes compravam o medicamento pela Internet, onde há riscos em termos de segurança. Com os vários genéricos as pessoas vão mais à farmácia, pelo novo valor e segurança”, diz o investigador, que acredita que o medicamento da Pfizer corre o risco de desaparecer, até por ser um dos casos em que o “estigma” levava a que as pessoas tivessem “inibição” de dizer o nome Viagra, o que já não acontece nos medicamentos de marca branca. Uma embalagem com quatro comprimidos na dose mais baixa fica agora a 15 euros, metade do preço antes de haver genérico.

Porém, o sildefanil já tinha sido destronado nas vendas há muito tempo, com a entrada no mercado nacional de dois produtos concorrentes: o Cialis (tadalafil) e o Levitra (vardenafil). A Pfizer já fez saber que a sua estratégia vai passar por comercializar um genérico que concorra com o próprio Viagra mas que não terá a cor azul. Entre 2006 e 2013, o medicamento vendeu mais de um milhão de embalagens e o laboratório facturou mais de 36 milhões com ele em Portugal. Em todo o mundo o Viagra já foi prescrito a mais de 37 milhões de homens.