Manifestantes recuperam controlo da Praça da Independência em Kiev
Violentos confrontos na manhã desta quinta-feira fizeram pelo menos mais dez mortos, apesar da trégua anunciada nas últimas horas pelo Presidente Viktor Ianukovich. Grupos de manifestantes recuperam controlo da praça e dirigem-se para o Parlamento.
O número de mortes desde o início dos confrontos mais violentos, na manhã de terça-feira, tinha sido actualizado para 28, segundo o balanço do Ministério da Saúde ucraniano, mas os recentes confrontos na Praça da Independência terão feito mais dez vítimas mortais – um fotógrafo da agência Reuters diz ter visto dez corpos cobertos com lençóis brancos.
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O número de mortes desde o início dos confrontos mais violentos, na manhã de terça-feira, tinha sido actualizado para 28, segundo o balanço do Ministério da Saúde ucraniano, mas os recentes confrontos na Praça da Independência terão feito mais dez vítimas mortais – um fotógrafo da agência Reuters diz ter visto dez corpos cobertos com lençóis brancos.
A resposta à trégua anunciada na noite de quarta-feira pelo Presidente e pelos principais líderes da oposição não teve uma tradução fiel na praça que é também um símbolo da oposição a Ianukovich: nas imagens transmitidas em directo é possível ver muito fumo, manifestantes a atirarem pedras e cocktails molotov e movimentações da polícia anti-motim, com balas de borracha e canhões de água.
Na manhã desta quinta-feira, um grupo de manifestantes munidos com armas artesanais e escudos improvisados carregou sobre a polícia anti-motim, numa tentativa de reconquista do controlo da Praça da Independência, perdido na violenta investida das forças governamentais, na terça-feira.
A investida dos manifestantes foi bem-sucedida, já que o cordão policial recuou "algumas centenas de metros", de acordo com o relato da agência AFP. Os confrontos fizeram dezenas de feridos, entre os quais 20 polícias, segundo o Ministério do Interior. A mesma agência avança que os manifestantes conseguiram recuperar o controlo da Praça da Independência e que capturaram um polícia. O Parlamento, situado a poucas centenas de metros, foi evacuado.
Enquanto nas ruas os manifestantes e a polícia se encarregam de frustrar a hipótese de uma trégua, os corredores políticos preparam-se para receber a visita dos ministros dos Negócios Estrangeiros alemão, francês e polaco, que vão tentar convencer o Presidente Viktor Ianukovich a tomar a iniciativa de acalmar a situação.
Ao mesmo tempo que os ministros Frank-Walter Steinmeier, Laurent Fabius e Radoslaw Sikorski voam para Kiev – horas depois de terem descrito a violência na Ucrânia com palavras como "inenarrável" e "inaceitável" –, os 28 países da União Europeia (UE) preparam-se para aprovar um conjunto de sanções. As medidas deverão passar pelo congelamento de bens financeiros e pela proibição da entrada no espaço da UE dos "responsáveis pela violência", embora o Presidente Viktor Ianukovich esteja a salvo de sanções, pelo menos por agora, para evitar que o fim do diálogo com o exterior contribua para o agravamento do conflito na Ucrânia.