Venezuela expulsa três diplomatas norte-americanos por "conspiração"
Funcionários acusados de se reunirem com estudantes em universidades privadas, de onde tem surgido parte da contestação ao Presidente Nicolás Maduro.
"É um grupo de funcionários norte-americanos que anda pelas universidades. Acompanhámo-los durante dois meses e vimos que se reuniram com estudantes em universidades privadas. Trabalham na atribuição de vistos", disse Maduro numa comunicação através da televisão.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
"É um grupo de funcionários norte-americanos que anda pelas universidades. Acompanhámo-los durante dois meses e vimos que se reuniram com estudantes em universidades privadas. Trabalham na atribuição de vistos", disse Maduro numa comunicação através da televisão.
Os funcionários em causa não foram identificados, mas o Presidente da Venezuela disse que o ministro do Interior dará mais informações nas próximas horas.
Esta foi a terceira vez em menos de um ano que Maduro anunciou a expulsão de representantes dos EUA na Venezuela.
Em finais de Setembro de 2013, foram expulsos a encarregada de negócios, Kelly Keiderling, e dois funcionários da secção política, Elizabeth Hoffman e David Moo, todos acusados de incentivarem a oposição a fazer "sabotagem económica e eléctrica". Washington respondeu a esta expulsão com a declaração como personae non gratae de três diplomatas venezuelanos: Calixto Ortega Ríos, encarregado de negócios da embaixada; Mónica Sánchez, segunda secretária; e Marisol Gutiérrez, cônsul em Houston, no estado do Texas.
Antes, no dia 5 de Março – horas depois do anúncio da morte do Presidente Hugo Chávez –, já tinham sido expulsos dois adidos militares, acusados de promoverem "projectos desestabilizadores".
Venezuela "não aceita ameaças"
Na comunicação ao país, Nicolás Maduro disse também que o Departamento de Estado dos EUA falou com o representante venezuelano na Organização dos Estados Americanos, para lhe dizer que Caracas poderia sofrer sanções se as autoridades locais prenderem Leopoldo López, um dos rostos da oposição.
A este alegado aviso, Maduro respondeu que a Venezuela "não aceita ameaças de ninguém" e repetiu que López é o principal responsável pela violência dos últimos dias no país, que resultou em três mortos e várias dezenas de feridos.
Num comunicado publicado no sábado, o Departamento de Estado dos EUA apelou a Nicolás Maduro que "assegure o espaço político necessário para um verdadeiro diálogo com o povo venezuelano e que liberte os manifestantes detidos".
"As liberdades de expressão e de reunião pacífica são direitos humanos universais. São essenciais numa democracia funcional, e o Governo venezuelano tem a obrigação de proteger estas liberdades fundamentais e a segurança dos seus cidadãos", escreveu o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que apelou também "a todas as partes que trabalhem no sentido de restaurar a calma".