Médicos dos hospitais públicos do Algarve repudiam declarações do presidente do Centro Hospitalar
Cerca de 370 médicos repudiaram hoje as declarações do presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA), ao criticar os clínicos que têm alertado para os problemas de ruptura nos hospitais públicos da região.
“Repudiamos vivamente que o presidente do órgão de gestão do CHA assuma publicamente essa opinião injuriosa, ao invés de assumir as suas próprias responsabilidades, inerentes ao cargo”, lê-se na carta subscrita pelos médicos dos internatos complementares, do ano comum e assistentes hospitalares.
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“Repudiamos vivamente que o presidente do órgão de gestão do CHA assuma publicamente essa opinião injuriosa, ao invés de assumir as suas próprias responsabilidades, inerentes ao cargo”, lê-se na carta subscrita pelos médicos dos internatos complementares, do ano comum e assistentes hospitalares.
Em 6 de Janeiro, 205 médicos assistentes hospitalares com vínculo laboral ao CHA alertaram, também em carta aberta para a situação de ruptura registada nos hospitais públicos do Algarve que, segundo alegaram, “coloca em risco a assistência médica à população”.
Agora, são também os médicos dos internatos complementares e do ano comum a juntarem-se nas críticas às opções de gestão do Centro Hospitalar do Algarve e alertarem para a degradação dos serviços.
“O episódio recente, em que se constatou a incapacidade de marcação de exame programado por falta de material clínico no Serviço de Cardiologia, veio comprovar os piores receios. Infelizmente, situações similares têm ocorrido noutros serviços e noutras especialidades, com consequências graves para a saúde no Algarve”, observam os clínicos.
Os médicos lamentam o silêncio das direcções clínica e do internato médico do CHA, sobre as opções de gestão que têm sido assumidas, e face às injúrias dirigidas aos profissionais de saúde dos hospitais públicos.
“As recentes atitudes do presidente do conselho de administração levaram a que 370 médicos em todas as fases da carreira manifestassem a sua opinião”, justificam os clínicos na carta aberta a Pedro Nunes.
“Consideramos estar perante uma verdadeira crise institucional e esperamos que vossa excelência lhe ponha termo de forma ajustada”, conclui a missiva que será enviada a várias entidades entre as quais, ao ministro da Saúde.