António Costa e Francisco Assis engrossam as críticas ao líder do PS

Reunião entre o secretário-geral e o ex-líder da bancada socialista foi inconclusiva sobre as eleições europeias de 25 de Maio. Está previsto um novo encontro entre Seguro e Assis para terça-feira.

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Os abraços do último congresso foram substituídos por críticas Nelson Garrido

Na mesma noite em que o presidente da Câmara Lisboa afirmava, no programa semanal “Quadratura do Círculo” na SIC-Notícias, que o PS tem de ganhar as europeias e que o partido já deveria ter escolhido o cabeça de lista, num outro canal de televisão, Francisco Assis deixava críticas a Seguro. “Se eu fosse secretário-geral, resolveria isto o mais rapidamente possível”, declarou quinta-feira à noite o deputado na TVI24.

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Na mesma noite em que o presidente da Câmara Lisboa afirmava, no programa semanal “Quadratura do Círculo” na SIC-Notícias, que o PS tem de ganhar as europeias e que o partido já deveria ter escolhido o cabeça de lista, num outro canal de televisão, Francisco Assis deixava críticas a Seguro. “Se eu fosse secretário-geral, resolveria isto o mais rapidamente possível”, declarou quinta-feira à noite o deputado na TVI24.

“A escolha do candidato é uma incumbência do secretário-geral, que tem toda a legitimidade para escolher o candidato, mas ao fazer essa opção ele está a fazer uma opção em relação ao partido que quer ter, em relação ao projecto europeu que quer assumir e em relação à sua própria projecção futura na vida política portuguesa”, disse Francisco Assis, que já chegou a ser apontado para cabeça de lista, mas cujo nome tem sido contestado internamente.

Contra o “desgaste” de nomes de possíveis candidatos, Costa sublinhava: “É evidente que o PS podia estar a posicionar-se melhor para estas eleições. É difícil compreender não ter ainda um cabeça de lista escolhido e a forma como se tem permitido desgastar nomes na praça pública como Jorge Sampaio, Carlos César e Francisco Assis”.

Ontem, no final do debate quinzenal com o primeiro-ministro, Assis reuniu-se com Seguro, mas não esclareceu se está disponível para encabeçar a lista, declarando tratar-se de uma “questão menor”.

Havia muita expectativa em relação ao encontro, mas o ex-líder do grupo parlamentar pouco disse. Ao que o PÚBLICO apurou, o secretário-geral do PS e o ex-líder da bancada parlamentar vão voltar a encontrar-se na próxima terça-feira.

Aos jornalistas, Assis declarou que o debate interno sobre os nomes prejudica a discussão da substância política, mas também disse que, por si, “escolheria o candidato do PS no mais curto espaço de tempo possível". Mas admitiu que haja "outra linha de orientação”.

Desresponsabilizando Seguro pela dança de nomes, o deputado disse: “Não vou fazer nenhuma consideração sobre a minha disponibilidade para liderar ou integrar a lista, porque seria alimentar a polémica”. “Nunca deixei de assumir as minhas responsabilidades e de dizer o que penso, só que o faço na altura que considero mais adequada”, declarou, frisando que a sua principal preocupação “é que o PS ganhe as eleições europeias e há todas as condições para que assim suceda”.

Indiferente a pressões, António José Seguro reafirmou que o PS apresentará a lista europeia “no tempo adequado”. E nem a insistência dos jornalistas demoveu o secretário-geral do PS. Mas no PS há quem garanta que a lista só será conhecida em Março.

A "maior expectativa" de Sócrates
Esta foi uma semana particularmente difícil para Seguro. Para além de António Costa, visto por muitos socialistas como uma alternativa ao actual líder, e Francisco Assis, também José Sócrates veio dizer que tem “a maior expectativa” face ao posicionamento do PS nas eleições para o PE.

Numa conferência no ISCTE, em Lisboa, o ex-primeiro-ministro socialista declarou: “Tenho a maior expectativa, porque entre PS e PSD há hoje uma diferença na perspectiva, quer quanto ao que aconteceu na Europa, quer quanto ao que deve acontecer no futuro. Por isso, tenho a maior expectativa sobre o posicionamento político do PS”, declarou Sócrates.

Ao contrário de outros, o ex-secretário-geral dos socialistas disse: “Parto optimista para esse momento. Não tenho uma visão desacorçoada [desanimada] como alguns”.

Os contactos que Mário Soares teve por estes dias com algumas correntes internas do partido deixaram a direcção do partido numa situação desconfortável. Descontente com a liderança de António José Seguro, o histórico socialista parece determinado em manter-se na arena política.

Sondou a concelhia do PS-Porto para saber se havia condições para realizar uma sessão pública da Aula Magna, mas desistiu da ideia porque o PS tem um acordo político na Câmara do Porto com o independente Rui Moreira.