Ucrânia liberta da cadeia todos os manifestantes, oposição faz cedências parciais

Muitos vão ser colocados em prisão domiciliária e as queixas só serão retiradas se as exigências das autoridades forem cumpridas até segunda-feira. Oposição vai aligeirar ocupações e barricadas, mas promete manter o "controlo" nas ruas.

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Os opositores de Ianukovitch não vão sair totalmente dos edifícios públicos iURY KIRNICHNi/AFP

O procurador-geral, Viktor Pshonka, anunciou que todas as queixas serão retiradas – ao abrigo da polémica lei da amnistia, aprovada em finais de Janeiro – se até segunda-feira os opositores de Ianukovitch desocuparem os edifícios públicos, como a Câmara Municipal de Kiev, e levantarem as barricadas que cortaram o trânsito na rua Grouchevski, que dá acesso ao Parlamento e à sede do Governo.

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O procurador-geral, Viktor Pshonka, anunciou que todas as queixas serão retiradas – ao abrigo da polémica lei da amnistia, aprovada em finais de Janeiro – se até segunda-feira os opositores de Ianukovitch desocuparem os edifícios públicos, como a Câmara Municipal de Kiev, e levantarem as barricadas que cortaram o trânsito na rua Grouchevski, que dá acesso ao Parlamento e à sede do Governo.

Depois do anúncio, Viktor Ianukovitch apelou à oposição que responda com cedências, mas não deixou de fazer referência a um possível uso da força.

"Temos meios para pôr as pessoas na ordem, mas não queremos que os inocentes sofram. (…) Não quero a guerra; quero salvaguardar o Estado e retomar um desenvolvimento estável", disse o Presidente, numa comunicação televisiva.

"Apelamos à oposição para que faça também algumas concessões. Os apelos a uma luta sem perdão, à luta armada, são perigosos", afirmou.

Em nome da oposição, o activista Andri Dzindzia, da organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Road Control, disse que as exigências das autoridades irão ser cumpridas "parcialmente" .

"A ideia é que alguns manifestantes fiquem [na rua Grouchevski] para controlarem a rua. Não vamos sair de lá totalmente", disse. O mesmo activista fez saber que alguns manifestantes irão também permanecer no edifício da Câmara Municipal de Kiev.

A saída da prisão dos últimos 234 manifestantes surge na sequência da lei da amnistia aprovada em Janeiro pelo Parlamento. Para que os manifestantes detidos durante os protestos fossem libertados, os edifícios governamentais ocupados teriam de ser abandonados e as barricadas no centro de Kiev desmontadas nas duas semanas seguintes, um prazo que termina na próxima segunda-feira.

A oposição respondeu que a desocupação dos edifícios camarários e da rua Grouchevski só aconteceria se fossem cumpridas três reivindicações: a aprovação de uma nova lei da amnistia; uma revisão constitucional que reponha o texto de 2004; e a formação de um Governo interino ou da oposição. O fim das barricadas numa outra rua, a Kreshchatik, e a desocupação da Casa dos Sindicatos da Ucrânia ficariam dependentes da marcação de eleições presidenciais antecipadas.

Para domingo está marcada outra manifestação da oposição na Praça da Independência, no centro de Kiev.