Bienal de Kiev adiada devido aos protestos contra o Governo na Ucrânia

Não é a primeira vez que uma exposição na Ucrânia fica em risco devido a confrontos contra as políticas do país. Esta era a segunda vez que a bienal se iria realizar.

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REUTERS/Stringer

Esta não é a primeira vez que os protestos contra o Governo ucraniano colocam em causa um evento cultural  no país, pelos mesmos motivos no mês passado também foi encerrada uma exposição no Museu Nacional de Arte da Ucrânia.

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Esta não é a primeira vez que os protestos contra o Governo ucraniano colocam em causa um evento cultural  no país, pelos mesmos motivos no mês passado também foi encerrada uma exposição no Museu Nacional de Arte da Ucrânia.

No “campo de batalha” dividem-se os apoiantes do Governo pró-Rússia, os que defendem que o país se aproxime da União Europeia e a polícia. Desde Novembro que na Ucrânia têm ocorrido protestos contra o Governo ucraniano. No mês passado, os protestos contra as leis do presidente da Ucrânia Viktor Yanukovych – que já anunciou estar disposto a remodelar o Governo e a rever a legislação – terminaram em violência e já houve inclusive algumas mortes, entre as centenas de feridos. O Parlamento Europeu também já interveio no cenário, ao recomendar que os responsáveis pelas mortes dos manifestantes fossem punidos e que fosse aprovado um pacote de ajuda financeira à Ucrânia.

A abertura da bienal de Kiev estava agendada para Setembro, no Mystetskyi Arsenal , um centro de arte contemporânea que foi outrora, na era czarista, um arsenal de armas antigas. A  primeira bienal a realizar-se foi a Arsenale 2012 e contou com obras de mais de 100 artistas contemporâneos, internacionais e ucranianos, e ainda com alguns trabalhos feitos especialmente para a exposição.

Natalia Zabolotna é a directora geral do complexo, foi a comissária da primeira bienal e responsável pela transformação de sucesso do espaço, que lhe valeu elogios, porque além disso conseguiu levar à Ucrânia o curador britânico David Elliot para que este coordenasse o projecto.

No comunicado onde se dá conta do cancelamento do evento, disponível no site do museu,  Zabolotna diz que a Ucrânia está a passar tempos difíceis num momento em que o futuro do país está por decidir e sublinha que assim sendo “é impossível acarretar a responsabilidade necessária para um projecto de larga-escala artística e de significância internacional como a bienal. Por isso, foi decidido adiar a bienal até 2015”.

Ainda no comunicado Zabolotna refere que têm esperança que o Ministro da Cultura da Ucrânia “perceba o papel crucial que a bienal tem para a cena cultural do país e que continue a incluí-lo no plano de orçamento e a dar-lhe os apoios necessários”.

Os austríacos Georg Schollhammer e Hedwig Saxenhuber eram os dois curadores que iriam coordenar a segunda edição da bienal, no entanto, estes concordaram também em adiar a bienal até ao próximo ano.

Políticas à parte, ainda de acordo com o The Art Newspaper também vários artistas ucranianos tinham dito que iam boicotar a bienal, devido a alegadamente Zabolotna ter censurado uma obra do pintor Volodymir Kuznetsov que deveria ter sido apresentada numa exposição no Mystetskyi Arsenal o Verão passado.