Um jogo de trabalho e compromisso permanente

É impossível formar jogadores se os treinadores forem desleixados, pouco organizados e movidos pelo sucesso de projectos pessoais

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Reuters

O râguebi é um desporto complexo.

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O râguebi é um desporto complexo.

Para conseguir ter um bom desempenho, cada jogador deve dominar um conjunto muito grande de técnicas (como o passe, a placagem, o jogo no contacto, técnicas específicas, etc.), para além de ter obrigatoriamente que possuir um conjunto alargado de ferramentas nos planos táctico, físico e psicológico, que lhe permitam competir nas várias situações de jogo.

Tudo isto exige a cada jogador treinos, jogos, idas ao ginásio e ao nutricionista, e tempo investido a pensar no jogo e nos desafios que este apresenta.

E, cá em Portugal, pedimos aos jogadores que façam tudo isto, enquanto estudam ou trabalham num sistema escolar e profissional que (quase) nunca valoriza o desporto. No entanto, cada clube e cada equipa têm as suas ambições e objectivos. E o desporto trata de atingir objectivos.

Como?

Através do compromisso. O compromisso que cada jogador assume. Com o clube. Com a equipa. Consigo próprio.

E que compromisso deve ser esse?

Um compromisso em organizar a sua vida, de forma a estar sempre disponível para treinos e jogos.

Um compromisso com a qualidade dos treinos, com a qualidade dos jogos, com a qualidade de tudo o que faz, mesmo quando ninguém está a ver.

Um compromisso com o respeito: aos colegas de equipa, treinadores, árbitros e adversários.

Um compromisso com a história do clube e da equipa que representa.

Um compromisso com o mais importante…. O jogo de râguebi!

São estes os jogadores que nós, treinadores, precisamos de formar.

Sabendo que é impossível formarmos jogadores comprometidos, se os treinadores forem desleixados, pouco organizados e pouco disponíveis.

Sabendo que é impossível formarmos jogadores generosos e disponíveis para a equipa e para o clube se os treinadores forem movidos pelo protagonismo ou pelo sucesso de projectos pessoais.

Sabendo que é impossível formar jogadores que respeitem a história de um clube e do próprio jogo, se os treinadores não forem os primeiros a faze-lo.

Saibamos estar à altura do desafio.

Saibamos educar os nossos jogadores a servir a equipa e apaixonarem-se pelo jogo.

Saibamos formar jogadores verdadeiramente comprometidos.

Vai, um dia, fazer a diferença!