Adeptos do Sporting queixam-se de discriminação na evacuação da Luz

Condições climatéricas “não eram tão graves que obrigassem a alterar o procedimento”, diz a PSP.

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Demora na saída do estádio mereceu críticas Hugo Correia/Reuters

“Se tivesse havido um perigo iminente para a segurança dos adeptos do Sporting teriam sido abertas as portas e dada ordem imediata de evacuação”, explicou à agência Lusa o comissário da Polícia de Segurança Pública, depois de o Benfica-Sporting da 18.ª jornada ter sido adiado devido a danos na cobertura, da qual caíram destroços para o relvado e para as bancadas.

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“Se tivesse havido um perigo iminente para a segurança dos adeptos do Sporting teriam sido abertas as portas e dada ordem imediata de evacuação”, explicou à agência Lusa o comissário da Polícia de Segurança Pública, depois de o Benfica-Sporting da 18.ª jornada ter sido adiado devido a danos na cobertura, da qual caíram destroços para o relvado e para as bancadas.

Falando na sequência de críticas da Associação de Adeptos Sportinguistas Rui Costa, relembrou que, no procedimento habitual, os adeptos visitantes permanecem retidos por questões de segurança, enquanto os adeptos da casa são os primeiros a sair para se evitarem confrontos e ser preservada a ordem pública.

De resto, o comissário assegurou que, assim que os adeptos do Benfica abandonaram o Estádio da Luz, “a PSP providenciou, logo que foi possível e por uma questão de precaução, a transferência dos adeptos “leoninos” para a zona inferior de acesso ao túnel que conduz à porta 24, de saída do estádio, onde estavam mais resguardados da intempérie”.

“As críticas da Associação de Adeptos Sportinguistas não fazem sentido porque foram observadas todas as condições de segurança, nunca houve um perigo iminente ou risco adicional, nem um tratamento diferenciado dos adeptos do Benfica em relação aos do Sporting”, disse Rui Costa, para quem os ventos fortes que se faziam sentir “não eram tão graves que justificassem a alteração dos procedimentos definidos”.

Confrontado com as declarações do presidente da Liga de clubes, Mário Figueiredo, segundo as quais as medidas de segurança tomadas evitaram uma tragédia, Rui Costa alegou que, da parte da PSP, “nada obstou”, após uma reunião com os responsáveis da Protecção Civil, a que se tivesse seguido o procedimento habitual e que “a evacuação dos adeptos fosse feita com celeridade e segurança”.

A Associação de Adeptos Sportinguistas (AAS) publicou um comunicado, no qual repudia o processo de evacuação dos seus elementos no estádio da Luz e manifesta do seu desagrado por terem ficado retidos num recinto que não apresentava as condições de segurança para a realização do jogo.

A AAS chega mesmo a falar em “irresponsabilidade por se ter colocado em risco a integridade física de 3.000 adeptos sportinguistas” e solicita o apuramento de responsabilidades por este acto que qualifica como “completamente negligente”

“Lamentavelmente, esta não se trata de uma situação isolada, nomeadamente nos jogos disputados pelo Sporting neste recinto. Problemas de segurança como este não são admissíveis e os adeptos não podem ser alvo de discriminação. Uma vida vale acima de qualquer cor futebolística e impedir a evacuação dos adeptos do SCP durante uma hora podia ter dado origem a uma tragédia”, conclui a AAS no seu comunicado.