CDS acusa Daniel Bessa de “estar a menos no Porto e mais ao lado do Governo”
Duas semanas depois de se ter demitido, ex-líder da assembleia municipal fala da “pressão” de que foi alvo por parte dos democratas-cristãos e afirma que “há CDS a mais” na câmara
Foi com grande surpresa que o presidente da concelhia do Porto do CDS e deputado municipal, Pedro Moutinho, reagiu às declarações O ex-presidente da Assembleia Municipal do Porto (AMP), Daniel Bessa, que se demitiu ao fim de três meses após ter tomado posse, quebrou o silêncio para criticar o partido que apoiou o independente Rui Moreira, afirmando que “há CDS a mais” na Câmara do Porto.de Daniel Bessa até porque os dois jantaram sexta-feira, em Esposende, e o ex-ministro de António Guterres em nenhum momento abordou a questão.
Pedro Moutinho discorda que haja CDS a mais na Câmara do Porto e devolve as acusações: “O que houve foi Daniel Bessa a menos na Câmara do Porto e Daniel Bessa a mais no Governo [de Pedro Passos Coelho] ”.O dirigente do PP mostra-se preocupado com o facto de o ex-ministro afirmar que ignora o que o presidente da Câmara do Porto disse sobre a questão dos fundos estruturais e critica-o por isso.
Outra fonte do CDS, que pediu o anonimato, mostra-se chocada com o facto de o “ex-presidente da assembleia ter optado por defender os interesses de Lisboa e do Governo contra os interesses do Norte e do Porto”, numa alusão ao facto de Daniel Bessa ser conselheiro do Governo, integrando uma comissão que define as prioridades dos fundos comunitários.
“Numa altura crucial para a negociação dos fundos, o dr Daniel Bessa entre a defesa da região Norte e a cidade do Porto, optou por se juntar aos burocratas centralistas de Lisboa”, atirou a mesma fonte ao PÚBLICO.
Nas declarações à Rádio Renascença no programa Conversas Cruzadas, que é transmitido hoje depois do meio-dia, o ex-líder da AMP afasta qualquer influência de Rui Moreira na sua demissão e centra-se no CDS.
Nunca fala de nomes, mas as suas críticas têm um destinatário óbvio: Miguel Pereira Leite, deputado municipal que foi indicado pelo CDS para integrar a lista à assembleia, embora o próprio líder da bancada do CDS, André Noronha, não escape às críticas.
Bessa afirma que "convive muito mal com situações em que, por exemplo, alguém queira o [seu] lugar e faça o possível e o impossível e o que é aceitável e não é aceitável para desgastar o artista que está a ocupar a função porque parece querê-la”. E pressionado para dizer a quem é que se referia, o ex-ministro da Economia revelou que a sua primeira reacção foi dizer "olhe sirva-se! À vontade! Não há problema nenhum!"
Face à insistência do entrevistador quanto ao alvo das suas críticas, Bessa atalhou: "Eu vou dizer que não me sentia bem e que achei melhor sair de cena". "Se olhar para a mesa da assembleia municipal, se olhar para a direcção do grupo de deputados municipais, encontra uma expressão que é exagerada -- acho eu - do CDS naquele grupo", realçou.
À Renascença, Bessa afasta qualquer associação entre as críticas de Rui Moreira à gestão dos fundos comunitários - o presidente da Câmara do Porto reclama uma “justa distribuição” dos fundos – e a sua demissão. “Sabe que não sei o que o dr. Rui Moreira disse sobre a questão dos fundos estruturais? Peço imensa desculpa, mas não sei. Não sei”.
“Estamos num momento em que a Câmara do Porto está a discutir com o Governo a aplicação dos fundos estruturais e, neste momento de negociação, o que eu vejo é que há Daniel Bessa a menos na Câmara do Porto, e Daniel Bessa a mais no Governo e isso preocupa-me”, frisou o deputado municipal, acrescentando: “Acho estranho que diga que não sabia o que é que o presidente da Câmara do Porto pensa sobre o assunto quando ainda com ele a presidente da assembleia municipal foi aprovada no executivo camarário uma moção apresentada por Rui Moreira sobre os fundos estruturais”.
Fonte do CDS recorda que “o dr. Daniel Bessa soube sempre quem seria, em caso de vitória, porque pertencia à comissão política da candidatura de Rui Moreira, o líder o grupo na assembleia e o primeiro secretário da mesa e nunca se opôs nem se ouvi qualquer crítica da sua parte.”
A demissão de Daniel Bessa foi comunicada pelo próprio ao presidente da Câmara do Porto hora e meia antes de ser anunciada na reunião da assembleia do passado dia 27 de Janeiro, o que deixou Rui Moreira desiludido e desconfortado.
A carta onde tornou pública a sua saída tinha apenas uma linha e não apontava nenhuma razão para a sua decisão.
Para o dia 17 de Fevereiro está marcada uma assembleia municipal na qual será eleita uma nova mesa e um novo presidente.
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Foi com grande surpresa que o presidente da concelhia do Porto do CDS e deputado municipal, Pedro Moutinho, reagiu às declarações O ex-presidente da Assembleia Municipal do Porto (AMP), Daniel Bessa, que se demitiu ao fim de três meses após ter tomado posse, quebrou o silêncio para criticar o partido que apoiou o independente Rui Moreira, afirmando que “há CDS a mais” na Câmara do Porto.de Daniel Bessa até porque os dois jantaram sexta-feira, em Esposende, e o ex-ministro de António Guterres em nenhum momento abordou a questão.
Pedro Moutinho discorda que haja CDS a mais na Câmara do Porto e devolve as acusações: “O que houve foi Daniel Bessa a menos na Câmara do Porto e Daniel Bessa a mais no Governo [de Pedro Passos Coelho] ”.O dirigente do PP mostra-se preocupado com o facto de o ex-ministro afirmar que ignora o que o presidente da Câmara do Porto disse sobre a questão dos fundos estruturais e critica-o por isso.
Outra fonte do CDS, que pediu o anonimato, mostra-se chocada com o facto de o “ex-presidente da assembleia ter optado por defender os interesses de Lisboa e do Governo contra os interesses do Norte e do Porto”, numa alusão ao facto de Daniel Bessa ser conselheiro do Governo, integrando uma comissão que define as prioridades dos fundos comunitários.
“Numa altura crucial para a negociação dos fundos, o dr Daniel Bessa entre a defesa da região Norte e a cidade do Porto, optou por se juntar aos burocratas centralistas de Lisboa”, atirou a mesma fonte ao PÚBLICO.
Nas declarações à Rádio Renascença no programa Conversas Cruzadas, que é transmitido hoje depois do meio-dia, o ex-líder da AMP afasta qualquer influência de Rui Moreira na sua demissão e centra-se no CDS.
Nunca fala de nomes, mas as suas críticas têm um destinatário óbvio: Miguel Pereira Leite, deputado municipal que foi indicado pelo CDS para integrar a lista à assembleia, embora o próprio líder da bancada do CDS, André Noronha, não escape às críticas.
Bessa afirma que "convive muito mal com situações em que, por exemplo, alguém queira o [seu] lugar e faça o possível e o impossível e o que é aceitável e não é aceitável para desgastar o artista que está a ocupar a função porque parece querê-la”. E pressionado para dizer a quem é que se referia, o ex-ministro da Economia revelou que a sua primeira reacção foi dizer "olhe sirva-se! À vontade! Não há problema nenhum!"
Face à insistência do entrevistador quanto ao alvo das suas críticas, Bessa atalhou: "Eu vou dizer que não me sentia bem e que achei melhor sair de cena". "Se olhar para a mesa da assembleia municipal, se olhar para a direcção do grupo de deputados municipais, encontra uma expressão que é exagerada -- acho eu - do CDS naquele grupo", realçou.
À Renascença, Bessa afasta qualquer associação entre as críticas de Rui Moreira à gestão dos fundos comunitários - o presidente da Câmara do Porto reclama uma “justa distribuição” dos fundos – e a sua demissão. “Sabe que não sei o que o dr. Rui Moreira disse sobre a questão dos fundos estruturais? Peço imensa desculpa, mas não sei. Não sei”.
“Estamos num momento em que a Câmara do Porto está a discutir com o Governo a aplicação dos fundos estruturais e, neste momento de negociação, o que eu vejo é que há Daniel Bessa a menos na Câmara do Porto, e Daniel Bessa a mais no Governo e isso preocupa-me”, frisou o deputado municipal, acrescentando: “Acho estranho que diga que não sabia o que é que o presidente da Câmara do Porto pensa sobre o assunto quando ainda com ele a presidente da assembleia municipal foi aprovada no executivo camarário uma moção apresentada por Rui Moreira sobre os fundos estruturais”.
Fonte do CDS recorda que “o dr. Daniel Bessa soube sempre quem seria, em caso de vitória, porque pertencia à comissão política da candidatura de Rui Moreira, o líder o grupo na assembleia e o primeiro secretário da mesa e nunca se opôs nem se ouvi qualquer crítica da sua parte.”
A demissão de Daniel Bessa foi comunicada pelo próprio ao presidente da Câmara do Porto hora e meia antes de ser anunciada na reunião da assembleia do passado dia 27 de Janeiro, o que deixou Rui Moreira desiludido e desconfortado.
A carta onde tornou pública a sua saída tinha apenas uma linha e não apontava nenhuma razão para a sua decisão.
Para o dia 17 de Fevereiro está marcada uma assembleia municipal na qual será eleita uma nova mesa e um novo presidente.