Mau tempo é pretexto para o abate de milhares de árvores em vários pontos do país
É na estrada que liga Santiago de Cacém a Melides, no litoral alentejano, que está a decorrer a maior operação de corte que envolve exemplares saudáveis de pinheiro-manso.
A Estradas de Portugal diz que o bate "têm como objectivo a segurança de pessoas e bens".
A maior amplitude dos cortes está a ocorrer ao longo da Estrada Nacional 261 entre Melides e Santiago de Cacém, no litoral alentejano, onde já se contabiliza o desaparecimento de várias centenas de pinheiros-mansos, diz a associação ambiental.
Dário Cardador, presidente do Núcleo Regional do Litoral Alentejano da Quercus, que está a observar as operações e explicou que os abates "têm ocorrido nos últimos dias" junto de diversas estradas, alegadamente por "razões de protecção civil", devido ao receio de agravamento das condições meteorológicas. No entanto, outras árvores, como as acácias, são deixadas no terreno.
A Quercus questiona qual a "fundamentação técnica" para a decisão do abate de "tantas árvores em bom estado fitossanitário, sem que estas estivessem a pender para a estrada", e apela ao "bom senso" da empresa Estradas de Portugal, para que suspenda o "abate indiscriminado" de pinheiros que não "representam qualquer perigo para a segurança das pessoas".
O "risco de queda de árvores para a Estrada Nacional 261 era reduzido", observa Dário Cardador, frisando que, "mesmo com as condições meteorológicas adversas" registadas nos dois últimos Invernos, os pinheiros-mansos, "que são espécies autóctones, resistiram às intempéries".
Também Domingos Patacho, coordenador do Grupo de Trabalho das Florestas da Quercus, dá conta de diversos casos de abates de árvores "junto a estradas municipais", em vários pontos do país. A situação que preocupa mais a organização ambientalista aconteceu na Quinta do Conde, no município de Sesimbra, onde estão a cortar "milhares de pinheiros", "alegando-se igualmente os motivos de protecção civil", o que "constitui um exagero, dada a falta de fundamentação" para proceder ao derrube de tantos exemplares.
O mesmo aconteceu na Estrada Nacional 356 junto da zona industrial do Casal dos Frades, no concelho de Ourém, onde, nos últimos dias, foi cortada cerca de uma dezena de choupos-brancos e de pinheiros-bravos de grande porte. Alguns "não apresentavam risco evidente", mas teriam sido "abatidos apenas por prevenção", adianta Domingos Patacho.
O dirigente da Quercus questiona o critério que está a seguido na marcação das árvores para abate, frisando que, apesar das tentativas para obter informações concretas junto da empresa Estradas da Planície, concessionária da rede de estradas no distrito de Beja, não foi, até ao momento, possível encetar qualquer contacto. Domingos Patacho pretende ainda saber qual a "habilitação das pessoas que procedem à marcação de árvores", referindo que, por vezes, são abrangidos exemplares localizados em propriedades privadas, distanciadas das estradas cerca de oito metros.
Reagindo à denúncia feita pela organização ambientalista Quercus sobre o abate de árvores que a Estradas de Portugal estava a efectuar em vários pontos do país a empresa esclarece que os trabalhos "de poda e abate de árvores na Estrada Nacional 261 têm como objectivo a segurança de pessoas e bens", acrescentando que foram abatidas 73 árvores e feita a limpeza e manutenção de 111.
Tanto a selecção das árvores como o tipo de intervenção a efectuar esteve a cargo de técnicos especializados da EP, "com experiência e habilitações em gestão de arborização".
A Estradas de Portugal confirma que parte das árvores seleccionadas para abate " não se encontravam em mau estado fitossanitário", mas havia exemplares em "risco efectivo de queda". Foram também seleccionadas para abate "por motivos diversos", para além de pinheiros mansos, acácias e eucaliptos.
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A Estradas de Portugal diz que o bate "têm como objectivo a segurança de pessoas e bens".
A maior amplitude dos cortes está a ocorrer ao longo da Estrada Nacional 261 entre Melides e Santiago de Cacém, no litoral alentejano, onde já se contabiliza o desaparecimento de várias centenas de pinheiros-mansos, diz a associação ambiental.
Dário Cardador, presidente do Núcleo Regional do Litoral Alentejano da Quercus, que está a observar as operações e explicou que os abates "têm ocorrido nos últimos dias" junto de diversas estradas, alegadamente por "razões de protecção civil", devido ao receio de agravamento das condições meteorológicas. No entanto, outras árvores, como as acácias, são deixadas no terreno.
A Quercus questiona qual a "fundamentação técnica" para a decisão do abate de "tantas árvores em bom estado fitossanitário, sem que estas estivessem a pender para a estrada", e apela ao "bom senso" da empresa Estradas de Portugal, para que suspenda o "abate indiscriminado" de pinheiros que não "representam qualquer perigo para a segurança das pessoas".
O "risco de queda de árvores para a Estrada Nacional 261 era reduzido", observa Dário Cardador, frisando que, "mesmo com as condições meteorológicas adversas" registadas nos dois últimos Invernos, os pinheiros-mansos, "que são espécies autóctones, resistiram às intempéries".
Também Domingos Patacho, coordenador do Grupo de Trabalho das Florestas da Quercus, dá conta de diversos casos de abates de árvores "junto a estradas municipais", em vários pontos do país. A situação que preocupa mais a organização ambientalista aconteceu na Quinta do Conde, no município de Sesimbra, onde estão a cortar "milhares de pinheiros", "alegando-se igualmente os motivos de protecção civil", o que "constitui um exagero, dada a falta de fundamentação" para proceder ao derrube de tantos exemplares.
O mesmo aconteceu na Estrada Nacional 356 junto da zona industrial do Casal dos Frades, no concelho de Ourém, onde, nos últimos dias, foi cortada cerca de uma dezena de choupos-brancos e de pinheiros-bravos de grande porte. Alguns "não apresentavam risco evidente", mas teriam sido "abatidos apenas por prevenção", adianta Domingos Patacho.
O dirigente da Quercus questiona o critério que está a seguido na marcação das árvores para abate, frisando que, apesar das tentativas para obter informações concretas junto da empresa Estradas da Planície, concessionária da rede de estradas no distrito de Beja, não foi, até ao momento, possível encetar qualquer contacto. Domingos Patacho pretende ainda saber qual a "habilitação das pessoas que procedem à marcação de árvores", referindo que, por vezes, são abrangidos exemplares localizados em propriedades privadas, distanciadas das estradas cerca de oito metros.
Reagindo à denúncia feita pela organização ambientalista Quercus sobre o abate de árvores que a Estradas de Portugal estava a efectuar em vários pontos do país a empresa esclarece que os trabalhos "de poda e abate de árvores na Estrada Nacional 261 têm como objectivo a segurança de pessoas e bens", acrescentando que foram abatidas 73 árvores e feita a limpeza e manutenção de 111.
Tanto a selecção das árvores como o tipo de intervenção a efectuar esteve a cargo de técnicos especializados da EP, "com experiência e habilitações em gestão de arborização".
A Estradas de Portugal confirma que parte das árvores seleccionadas para abate " não se encontravam em mau estado fitossanitário", mas havia exemplares em "risco efectivo de queda". Foram também seleccionadas para abate "por motivos diversos", para além de pinheiros mansos, acácias e eucaliptos.