Videovigilância no Bairro Alto custa a arrancar

Atraso na instalação do software nos computadores da PSP está a atrasar o funcionamento do sistema que custou 300 mil euros à Câmara de Lisboa.

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Câmaras estão instaladas desde Julho do ano passado Luís Efigénio/Arquivo

Segundo a direcção nacional da PSP, a instalação e configuração do software serão feitas pela empresa contratada pela Câmara de Lisboa. Na semana passada, o semanário Sol noticiou que a tarefa está a cargo de um único engenheiro desta empresa, que tem estado ausente por baixa médica. Logo que o trabalho seja concluído, os agentes da PSP terão uma formação específica e depois o sistema pode começar a funcionar. "Acreditamos estar para breve o funcionamento do sistema mas não nos podemos comprometer com datas pois não depende apenas da PSP essa realidade", afirma o sub-comissário João Moura, do gabinete de relações públicas.

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Segundo a direcção nacional da PSP, a instalação e configuração do software serão feitas pela empresa contratada pela Câmara de Lisboa. Na semana passada, o semanário Sol noticiou que a tarefa está a cargo de um único engenheiro desta empresa, que tem estado ausente por baixa médica. Logo que o trabalho seja concluído, os agentes da PSP terão uma formação específica e depois o sistema pode começar a funcionar. "Acreditamos estar para breve o funcionamento do sistema mas não nos podemos comprometer com datas pois não depende apenas da PSP essa realidade", afirma o sub-comissário João Moura, do gabinete de relações públicas.

O vereador Sá Fernandes, responsável pelo Espaço Público, não revela os motivos do atraso. Na reunião descentralizada da câmara, realizada nesta quarta-feira à noite, o autarca deu uma explicação vaga, que parece contradizer a polícia. “Temos tudo pronto para que a videovigilância entre em vigor”, afirmou, acrescentando que o que falta está dependente da PSP.

Sá Fernandes respondeu às várias queixas dos munícipes do Bairro Alto e do Cais do Sodré, que ontem intervieram na reunião dedicada aos fregueses de Santa Maria Maior, Santo António e Misericórdia, no Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, em Alfama. Enquanto as câmaras não ligam, os moradores desesperam. Queixam-se de assaltos, tráfico de droga, actos de vandalismo contra os carros. E queixam-se sobretudo do ruído provocado pelos estabelecimentos de diversão nocturna e pelos seus clientes, até altas horas da madrugada, bem como da falta de limpeza nas ruas mais frequentadas.

“Não podemos continuar a ser empurrados para janelas duplas e parques privativos”, defendeu Rita Trindade, moradora na rua do Alecrim, que vai do Chiado ao Cais do Sodré. Luís Paisana, da Associação de Moradores do Bairro Alto, levou à reunião propostas para resolver o problema. Sugeriu medidas como a uniformização dos horários de fecho dos estabelecimentos dos vários bairros históricos e a proibição de funcionamento de estabelecimentos caso a fiscalização detecte falhas no licenciamento – dando o exemplo da Pensão Amor, no Cais do Sodré, que em Outubro não tinha licença de recinto (que permite ter música ao vivo ou DJ), segundo a Polícia Municipal, mas continuou aberta.

Na resposta, Sá Fernandes garantiu que “tem havido fiscalização da polícia sobre o cumprimento dos horários”. Destacou também, sem concretizar, a “apreensão de colunas que estavam viradas para a rua”, ressalvando porém que “pode haver uma melhor actuação a esse nível”, bem como na fiscalização de venda de bebidas na via pública. A entrada em vigor do Plano de Pormenor de Reabilitação Urbana do Bairro Alto e Bica, que está para aprovação na Assembleia Municipal, “poderá ter um efeito positivo”, disse.

“Mas o grande problema é o barulho das pessoas” na via pública, defendeu Sá Fernandes, apelando também a um “maior acompanhamento” por parte das várias associações de moradores. Falou ainda da necessidade de estabelecer um "pacto" entre comerciantes, moradores e município.