“A Porto SAD, agindo com dolo, causou um atraso no início do seu próprio jogo ante a Marítimo SAD, com isso controlando o seu próprio resultado e obtendo uma vantagem competitiva ilícita e ilegítima, o que resultou em prejuízos para a Sporting SAD, materiais e imateriais”, defende o conjunto “leonino” na participação disciplinar a que o PÚBLICO teve acesso.

“A Porto SAD, agindo com dolo, causou um atraso no início do seu próprio jogo ante a Marítimo SAD, com isso controlando o seu próprio resultado e obtendo uma vantagem competitiva ilícita e ilegítima, o que resultou em prejuízos para a Sporting SAD, materiais e imateriais”, defende o conjunto “leonino” na participação disciplinar a que o PÚBLICO teve acesso.

No documento, o Sporting resume os acontecimentos no jogo do Dragão, que iria decorrer em simultâneo com a partida da equipa lisboeta em Penafiel, e revela a existência de uma reunião preparatória com a presença de elementos dos dois clubes, delegados da Liga e equipa de arbitragem onde foi enfatizada, “de forma inequívoca”, a obrigatoriedade regulamentar de a partida se iniciar à mesma hora do FC Porto-Marítimo, assim como “a absoluta necessidade de esta obrigação ser cumprida para assegurar a integridade da competição”, dado que estava em causa o acesso às meias-finais da prova.

“A importância atribuída à pontualidade foi tal que os elementos ali presentes sincronizaram os seus relógios com os do árbitro”, reforça o “leão”, deduzindo que, no Estádio do Dragão, terá ocorrido uma reunião semelhante. Face ao exposto, o Sporting considera que o FC Porto atrasou deliberadamente o início do encontro, com o “evidente propósito de obter uma vantagem indevida, causando prejuízos a terceiros”: “Realisticamente, é impensável, por impossível, outra conclusão.”

O clube de Alvalade salienta que “foi toda a equipa que não compareceu a horas; todos os jogadores, todos os técnicos e todos os demais elementos que, em conjunto, se deixaram ficar para trás, subindo ao terreno de jogo preciosos minutos [três] depois da hora marcada”, sem ter dado qualquer justificação para esta atitude no próprio dia do jogo. Posteriormente, os “dragões” explicaram à CII que o atraso foi provocado pela realização de exames médicos de última hora ao jogador Fernando, que se queixou de dores num joelho durante o aquecimento.

"Avassalador ataque à LPFP"
Para o Sporting, o “comportamento doloso” do rival portista constituiu “um avassalador ataque à LPFP [Liga Portuguesa de Futebol Profissional], à sua reputação e credibilidade”, tendo prejudicado a seriedade da instituição, assim como a própria Taça da Liga. Os “leões” consideram-se ainda afectados do ponto de vista competitivo e financeiro pelo comportamento do adversário.

De acordo com a argumentação sportinguista, a grande penalidade assinalada já no período de descontos "deu à Porto SAD a oportunidade de marcar o golo de que precisava para se apurar, em detrimento da Sporting SAD, numa altura em que o jogo da Sporting SAD já terminara”. O clube de Alvalade salienta ainda os prejuízos patrimoniais, resultantes das receitas de bilheteira e prémios monetários que a equipa deixou de auferir por ter sido eliminada: “A manigância da Porto SAD é uma zombaria indisfarçada da credibilidade da própria LPFP, mas também dos seus adversários.”

Em conclusão, os “leões” pretendem que o FC Porto seja sancionado com a derrota, considerando que outra pena implicaria um risco “muito sério” de os restantes clubes que participam nesta competição deixarem de respeitar as regras. O clube de Alvalade refere que já outros clubes foram alvo desta punição por terem atrasado o início de jogos, apontando os casos do Salgueiros e da Naval.

Já esta quarta-feira, a CII considerou igualmente ter existido dolo por parte dos “dragões” e propôs exactamente que a equipa seja sancionada com a derrota. As partes (CII, Sporting e FC Porto) serão agora ouvidas pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, na próxima terça-feira, dia 11, que deverá emitir no próprio dia a decisão final. A mesma poderá ser alvo de recurso para o Conselho de Justiça, por parte de qualquer dos intervenientes.