É uma boa notícia que não deve ser escamoteada
Os dados recentes relativos à evolução do mercado de trabalho permitem-nos olhar para este ano com um optimismo moderado. A descida do desemprego, acompanhada por uma ligeira recuperação do emprego, e de uma melhoria na qualidade dos empregos criados, com um crescimento dos contratos sem termo, é uma boa notícia para a economia portuguesa que não deve ser escamoteada. Porém, segundo o Inquérito ao Emprego, a população entre os 15 e os 65 anos diminuiu em mais de cem mil indivíduos, ao longo de 2013, o que indica um forte papel da emigração no processo de ajustamento do mercado de trabalho. Assim, a descida do desemprego deve-se em grande medida à diminuição na população activa, traduzindo uma redução do produto potencial que dificilmente será recuperado a médio prazo.
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Os dados recentes relativos à evolução do mercado de trabalho permitem-nos olhar para este ano com um optimismo moderado. A descida do desemprego, acompanhada por uma ligeira recuperação do emprego, e de uma melhoria na qualidade dos empregos criados, com um crescimento dos contratos sem termo, é uma boa notícia para a economia portuguesa que não deve ser escamoteada. Porém, segundo o Inquérito ao Emprego, a população entre os 15 e os 65 anos diminuiu em mais de cem mil indivíduos, ao longo de 2013, o que indica um forte papel da emigração no processo de ajustamento do mercado de trabalho. Assim, a descida do desemprego deve-se em grande medida à diminuição na população activa, traduzindo uma redução do produto potencial que dificilmente será recuperado a médio prazo.
A evolução positiva no mercado de trabalho em 2014 dependerá essencialmente da evolução do consumo interno, o qual deverá permanecer estagnado, mas cujo impacto no emprego é maior do que o das exportações. No entanto, na fase actual da economia portuguesa, a reacção do emprego a pequenas variações do produto é maior do que no passado, decorrente em parte da maior flexibilidade do mercado do trabalho. Associado a este facto, um maior número de vagas disponíveis por desempregado faz com que o processo de recrutamento seja igualmente mais rápido. Adicionalmente, a baixa cobertura do subsídio de desemprego fará com que o salário de reserva seja mais baixo, o que contribui também para uma maior velocidade no preenchimento de vagas. Neste contexto, a recuperação do emprego não se irá traduzir numa subida dos salários no médio prazo.
Economistas da Universidade do Minho