MP acusa inspectora da PJ de matar avó do marido e requer prisão domiciliária
Ministério Público quer ainda que a investigadora, suspensa de funções, seja sujeita a julgamento por tribunal de júri.
Fonte próxima do processo adiantou ainda que o MP requereu que a inspectora, que neste momento não está ao serviço, fique a aguardar o julgamento em prisão domiciliária vigiada com pulseira electrónica. A pretensão do MP aguarda deferimento do juiz de instrução.
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Fonte próxima do processo adiantou ainda que o MP requereu que a inspectora, que neste momento não está ao serviço, fique a aguardar o julgamento em prisão domiciliária vigiada com pulseira electrónica. A pretensão do MP aguarda deferimento do juiz de instrução.
Para além disso, o MP pretende ainda que Ana Saltão seja julgada por um tribunal de júri. Ao que o PÚBLICO apurou, o crime de peculato é referente ao desaparecimento da arma usada no crime e que faz parte do espólio da PJ.
A arma usada no crime ainda não foi encontrada, mas tudo indica que terá sido uma Glock que pertenceria a uma inspectora, colega da suspeita, que tinha reportado o seu desaparecimento duas semanas antes do homicídio. A advogada da inspectora, Mónica Quintela, disse ao PÚBLICO que não vai requerer a abertura de instrução, deixando o caso ir directo para julgamento.
Ana Saltão é casada com um colega da Judiciária, mas até agora nada indica que o marido tenha tido qualquer envolvimento no crime. A ausência de sinais de arrombamento no apartamento da idosa e a falta de indícios de assalto na casa apontaram a PJ para a família da vítima.
A avó do marido, com 80 anos, foi atingida com 13 tiros. Saltão foi detida há cerca de um ano e chegou a estar em prisão preventiva durante seis meses, tendo depois saído e ficado sujeita a apresentações mensais no Tribunal da Maia, localidade onde reside. A polícia estava ainda sujeita a uma medida de coacção assessória de suspensão das funções.
O homicídio ocorreu em Novembro de 2012, em Coimbra, no apartamento onde a idosa vivia sozinha. A viúva tinha balas pelo corpo todo. A Directoria do Centro da PJ, em coordenação com a Directoria do Norte, liderou a investigação do crime no sentido de apurar o motivo do homicídio. O mais provável é este estar relacionado com as dificuldades financeiras do casal e com empréstimos que teriam pedido à familiar do marido que tinha sido proprietária de um talho no mercado de Coimbra.