Passos Coelho critica anterior política para a ciência
Primeiro-ministro disse que o Governo está a “romper com as políticas passadas” baseadas na ideia de que “mais dinheiro público” produz “qualidade” nos resultados.
O chefe do executivo PSD/CDS-PP assumiu estas posições na primeira reunião da Coligação para o Crescimento Verde, uma entidade criada pelo Ministério do Ambiente que junta organizações de diversos sectores, realizada no Oceanário de Lisboa.
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O chefe do executivo PSD/CDS-PP assumiu estas posições na primeira reunião da Coligação para o Crescimento Verde, uma entidade criada pelo Ministério do Ambiente que junta organizações de diversos sectores, realizada no Oceanário de Lisboa.
Numa alusão ao anterior período de governação do PS, o primeiro-ministro afirmou que, em matéria de ciência e tecnologia, o actual Governo está gradualmente a “romper com as políticas passadas” baseadas na ideia de que “mais dinheiro público” produz “qualidade” em termos de resultados.
“De facto, não é assim”, disse Passos Coelho, referindo-se às bolsas atribuídas pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. “Durante vários anos, conseguimos transferir mais recursos para o sistema e atribuir mais bolsas. No entanto, quando medimos depois o número de patentes que são registadas, o número de artigos científicos que são publicados, quando medimos o resultado e a qualidade desse resultado, nós passávamos de indicadores que pareciam comparar muito bem com os países com que gostamos de nos comparar para comparar muito mal sempre que olhávamos à substância dos indicadores”, sustentou.
Segundo o primeiro-ministro, é preciso “mudar a filosofia das políticas públicas que estavam a ser executadas”, assegurando que o financiamento dirigido à ciência, à tecnologia e ao sistema educativo “produz resultados” e “cria valor” na economia.
“Temos, portanto, de aprender a medir os resultados e temos de garantir que as bolsas que nós usamos para financiar os doutoramentos, os pós-doutoramentos, a investigação que é feita não corresponde meramente a uma política de recursos humanos de empregar os melhores, mas que possa resultar em ter mais gente do lado das empresas, altamente qualificada, a desenvolver investigação e a fazer a translação de conhecimento que traga valor para essas empresas e para a economia”, defendeu o primeiro-ministro.
Em seguida, Passos Coelho falou da “economia verde”, considerando que, “desde que os incentivos sejam os adequados, continuar a apostar nas energias renováveis não é um erro”, mas antes “uma necessidade estratégica” de Portugal.
Ressalvando que é preciso “medir bem os incentivos que são criados”, acrescentou: “O facto de termos muitas vezes contratualizado benefícios excessivos nas renováveis não significa que a aposta nas renováveis não seja uma aposta fundamental.”
A este propósito, o primeiro-ministro afirmou ainda que “a União Europeia precisaria de manter uma maior ambição nas metas que vem definindo” e que a “economia verde” não deve ser encarada pelos agentes económicos como “um ónus”.