Polícias dão um mês ao Governo para compensar cortes salariais ou voltam à rua
Aviso é da comissão que junta sindicatos de todas as forças. Estrutura promete manifestação maior do que aquela em que agentes invadiram escadas da AR.
“Queremos que até lá o Governo defina os mecanismos de compensações que permitem de alguma forma compensar os cortes. Há polícias a viver em situações de grandes dificuldades. A revolta é grande. Queremos ter finalmente um subsídio de risco tal como a Polícia Judiciária tem. Há muito que lutamos por isso. Nesta altura, isso serviria de compensação”, disse o secretário-nacional da CCP, Paulo Rodrigues.
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“Queremos que até lá o Governo defina os mecanismos de compensações que permitem de alguma forma compensar os cortes. Há polícias a viver em situações de grandes dificuldades. A revolta é grande. Queremos ter finalmente um subsídio de risco tal como a Polícia Judiciária tem. Há muito que lutamos por isso. Nesta altura, isso serviria de compensação”, disse o secretário-nacional da CCP, Paulo Rodrigues.
“A CCP concluiu que as dificuldades e consequências que em Novembro de 2013 se previam para 2014, com o Orçamento do Estado, são agora uma realidade. As medidas impostas, com a redução dos vencimentos, o aumento da percentagem para os subsistemas de saúde ou a continuidade dos congelamentos das progressões estão a criar um nível de desmotivação fora do limite do razoável”, diz a CCP em comunicado.
Aquela estrutura, que representa os principais sindicatos ligados à PSP, GNR, Polícia Marítima, SEF, Guardas Prisionais e ASAE, aponta em comunicado reivindicações relativas aos estatutos e carreiras dos profissionais de todas essas forças.
Paulo Rodrigues admite que “ninguém quer fazer manifestações”, mas, garante, se o Governo não ceder às reivindicações dos polícias é isso que terá. Salienta ainda que “a haver manifestação, ela será maior do que a ocorrida em Novembro” em frente à Assembleia da República, com vários agentes a invadirem a escadaria.
PSP fora da Função Pública
Há pouco mais de uma semana, a maioria PSD/CDS apresentou na Assembleia da República uma proposta para que a PSP seja excluída, como os militares e a GNR, da Lei Geral das Funções Públicas.
Essa proposta poderá resultar na compensação dos agentes com suplementos e promoções, mas não impedirá a continuação dos protestos, como já então o PÚBLICO avançava. É que tal nunca possibilitará isentar os polícias dos cortes salariais que sofrem como todos os funcionários públicos no âmbito do Orçamento do Estado.
A lei deverá ser aprovada, conforme a proposta, até ao final do ano, altura em que começará, então, a discussão do estatuto da PSP. Já na altura, Paulo Rodrigues, também presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP-PSP), dizia que “os protestos contra os cortes salariais – em média 200 euros por agente – vão continuar”, apesar de se congratular com a exclusão da PSP das funções públicas e da Lei 12-A.
A exclusão abre ainda caminho para a renegociação do Estatuto da PSP através da qual poderão ser criados suplementos salariais e novas categorias na carreira dos agentes com as consequentes promoções. “Com este aviso de manifestação, que não é uma ameaça mas um esforço da nossa luta sindical, queremos talhar esse caminho para a negociação do estatuto”, acrescentou Rodrigues.