Acompanhamento das pessoas com doença mental é “insuficiente”
Respostas institucionais são “obsoletas”, segundo um estudo da Universidade de Coimbra, divulgado esta segunda-feira, que abrangeu 70 instituições
“Os cuidados continuados farão toda a diferença em termos de reabilitação psicossocial, inclusivamente porque criam o apoio domiciliário e respostas diferenciadas para crianças e adolescentes”, acrescentou Álvaro de Carvalho, dizendo-se confiante na determinação do Governo em fazer avançar estas respostas.
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“Os cuidados continuados farão toda a diferença em termos de reabilitação psicossocial, inclusivamente porque criam o apoio domiciliário e respostas diferenciadas para crianças e adolescentes”, acrescentou Álvaro de Carvalho, dizendo-se confiante na determinação do Governo em fazer avançar estas respostas.
Ao fim de quatro anos, a autora do estudo, Carina Teixeira, não detectou “diferenças significativas” entre pessoas com doença mental incluídas em programas de reabilitação e pessoas com doença mental sem qualquer acompanhamento psicossocial”. Acresce que os serviços de reabilitação portugueses caracterizam-se “salvo poucas excepções, por contextos educacionais, ocupacionais e habitacionais segregados”, conforme se lê no comunicado divulgado esta segunda-feira. Trata-se de um modelo “obsoleto”, segundo a investigadora, porque “nem favorece a integração comunitária” nem “a recuperação dos doentes”.
A estigmatização dos doentes com esquizofrenia consubstancia outra das críticas contidas neste estudo. Que aponta o dedo acusador aos profissionais de saúde, os primeiros a subestimar “as capacidades das pessoas com doença mental, acabando por lhes transmitir mensagens de desesperança que afectam a sua luta pela recuperação e pelo alcance dos objectivos pessoais”.