Ana Gomes critica UE por “fechar os olhos” à corrupção
A ex-diplomata dá como exemplo os processos de privatização e as amnistias fiscais concediadas "a indivíduos e empresas que esconderam avultadas somas em paraísos fiscais".
"Tem toda a razão a CE relativamente à ausência de uma estratégia para combater a corrupção em Portugal. Mas este relatório demonstra que a corrupção é, de facto, um flagelo europeu que galga fronteiras."
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"Tem toda a razão a CE relativamente à ausência de uma estratégia para combater a corrupção em Portugal. Mas este relatório demonstra que a corrupção é, de facto, um flagelo europeu que galga fronteiras."
A eurodeputada defendeu que, em vez de “monitorizar Estados-membros”, a CE devia avançar com “acções concretas”. E acusou a equipa liderada por Durão Barroso de não ter aproveitado os programas de assistência aos países europeus para potenciar reformas na matéria: “Devo sublinhar que a Comissão, que faz parte da troika, nada tem feito para combater a corrupção e a fraude nos países sob assistência financeira. A Comissão continua a fechar os olhos a casos escandalosos e práticas que favorecem a corrupção em Estados-membros e entre Estados-membros, apesar das queixas específicas levadas ao seu conhecimento – como é clamoroso exemplo a aquisição de submarinos por Portugal a um consórcio alemão."
Segundo a socialista, as "troikas têm poder e oportunidade para pressionar os países intervencionados". Mas na prática, em Portugal – assegurou –, os peritos internacionais deixaram passar "privatizações opacas" e a "salvaguarda de lucros de corrupção através de amnistias fiscais".