Coreias marcam data para o reencontro de famílias divididas nos anos 50

Em Setembro do ano passado, Pyongyang cancelou à última hora os reencontros então marcados.

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O fim da reunião de famílias de 2010; o homem que chora despede-se do irmão que vive na Coreia do Norte AFP

O anuncio foi feito pelos governos de Pyongyang (Norte) e Seul (Sul), depois de um encontro dos negociadores em Panmunjom, onde foi assinado o armistício de 1965 que cessou a guerra entre o Norte e o Sul.

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O anuncio foi feito pelos governos de Pyongyang (Norte) e Seul (Sul), depois de um encontro dos negociadores em Panmunjom, onde foi assinado o armistício de 1965 que cessou a guerra entre o Norte e o Sul.

"Faremos o nosso melhor para juntar estas famílias", tinha dito aos jornalistas o chefe da delegação sul-coreana, Lee Duck-Hang, antes de partir para Panmunjom.

Este acordo é o primeiro a ser alcançado entre os dois países inimigos em vários anos, tendo no ano passado as relações voltado a esfriar. O Sul acusa o Norte de usar as famílais divididas como arma contra o Sul.

O governo do Norte, país liderado por Kim Jong-un, cancelara em Setembro passado os reencontros entre famílais separadas pela guerra coreana de 1950-53. Argumentou, então, que a decisão se devia à "hostilidade" do Sul. Tratou-se, segundo os analistas, de uma represália pelos exercícios militares sul-coreanos em parceria com os Estados Unidos da América marcados para o fim de Fevereiro. Estas manobras conjuntas realizam-se todos os anos e Seul disse que, este ano, terão "menor intensidade".

O encontro de dia, que terá lugar num resort não longe da fronteira na parte Norte, será o primeiro a juntar as famílias desde há três anos. Desde 2000 que estes reencontros são promovidos, depois de um acordo entre os dois lados que permite às famílais estarem juntas durante alguns dias.

O programa de reencontros abrage 17 mil famílias que, de outra forma, não têm qualquer contacto – nem telefónico nem por carta, pois todas as formas de comunicação estão proibidas – com os familiares do outro lado da fronteira. No lado Sul, há 71 mil pessoas, a maior parte delas com mais de 80 anos, que esperam poder reunir-se com os seus familiares.