Porque é que aquilo que Yellen faz interessa aos portugueses
O dólar continua a ser, de longe, a divisa referência na economia mundial e os Estados Unidos são a maior potência económica do globo, por isso a política monetária que é decidida pela Reserva Federal influencia aquilo que acontece às poupanças, aos empréstimos ou aos salários de uma grande parte da população mundial, incluindo a portuguesa.
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O dólar continua a ser, de longe, a divisa referência na economia mundial e os Estados Unidos são a maior potência económica do globo, por isso a política monetária que é decidida pela Reserva Federal influencia aquilo que acontece às poupanças, aos empréstimos ou aos salários de uma grande parte da população mundial, incluindo a portuguesa.
Para um português com um empréstimo por pagar ao banco e a taxa Euribor como referência, são as decisões tomadas pelo Banco Central Europeu (BCE) que mais directamente influenciam o valor da prestação mensal a pagar. No entanto, quando a Fed mexe nas suas taxas ou decide pôr em prática ou retirar alguma medida extraordinária, isso tem um impacto muito importante naquilo que o BCE acaba por fazer.
Nas actuais circunstâncias, se por exemplo a Fed optasse por retirar muito rapidamente os estímulos extraordinários e começasse mesmo a ponderar uma subida de taxas de juro, isso constituiria uma pressão adicional sobre o BCE para fazer o mesmo, para evitar o risco de uma desvalorização excessiva do euro e um aumento das pressões inflacionistas.
Aliás, quando pela primeira vez Ben Bernanke (na foto) anunciou que a Fed iria iniciar o processo de retirada das medidas extraordinárias, o efeito nos mercados foi, além da queda das bolsas, de uma subida generalizada das taxas de juro, incluindo a Euribor.
Para as empresas e famílias portuguesas, com níveis de endividamento bastante elevados, tudo isto tem um efeito muito forte na capacidade de consumo e investimento, afectando a economia.