Protestos ameaçam eleições na Tailândia, oposição apela à calma

Manifestação na véspera das eleições antecipadas levanta receios de que a violência regresse ao país.

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Pelo menos três pessoas ficaram feridas na sequência de disparos à frente de um centro comercial a norte da capital, segundo a Reuters. 

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Pelo menos três pessoas ficaram feridas na sequência de disparos à frente de um centro comercial a norte da capital, segundo a Reuters. 

As eleições foram marcadas pela primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, para acalmar os protestos que duram desde Novembro. Porém, os manifestantes opõem-se à realização do acto eleitoral e reivindicam a substituição do Governo por “conselhos populares”.

O líder dos protestos, Suthep Thaugsuban, apelou aos manifestantes para não impedirem as pessoas de votarem, realizando antes bloqueios pacíficos de estradas. “As pessoas não vão fechar os locais de voto, mas vão protestar nas estradas”, afirmou Suthep à Reuters. “Elas vão protestar calma e pacificamente, sem violência (…) Não faremos nada que impeça as pessoas de votar”, garantiu.

Neste sábado, no entanto, pelo menos um local de voto na capital, Banguecoque, e vários no sul do país foram bloqueados por manifestantes, de acordo com a BBC. O secretário-geral da Comissão Eleitoral, Puchong Nutrawong, confirmou à Reuters a existência de problemas em alguns locais de voto em Banguecoque, bem como em 12 províncias do sul.

“Não queremos que estas eleições sejam sangrentas”, afirmou Puchong. “Se houver uma obstrução contínua, eu rezo para que não haja confrontos nem golpe”, acrescentou o responsável. Na semana passada, os confrontos durante o voto antecipado provocaram a morte de um dos líderes da oposição.

O maior partido da oposição, o Partido Democrático, afirmou que vai boicotar as eleições, cujo resultado será provavelmente favorável ao Partido Puea Thai, no poder. Mas mesmo que as eleições decorram sem percalços, o quórum no Parlamento não vai ser alcançado por causa das perturbações no processo de registo de candidaturas, obrigando à realização de novas eleições para os lugares vagos.

O exército garantiu que vai aumentar o número de soldados na capital durante o dia das eleições e também a polícia vai contar com um acréscimo de dez mil agentes.

Foi a aprovação de uma lei da amnistia, que abrangeu Thaksin Shinawatra, irmão da primeira-ministra, que despertou a onda de protestos contra o Governo. Thaksin, que também foi primeiro-ministro, está exilado e foi condenado por corrupção. A oposição afirma que é ele quem controla o Governo, utilizando a irmã como testa de ferro.

As manifestações foram subindo na escala de violência, com confrontos quase diários entre oposição e forças de segurança. Pelo menos dez pessoas morreram e 577 ficaram feridas desde Novembro de 2013.