Alemanha, França e Holanda falharam no apoio à Grécia após o resgate
Jornal El País revela documento que mostra que a banca destes países começou a vender dívida grega ao contrário do que fora acertado com o FMI
Baseando-se numa acta confidencial, a que teve acesso, o diário revela que o envolvimento do FMI foi conseguido graças à promessa de que os bancos comerciais alemães, franceses e holandeses não iriam desfazer-se de dívida soberana grega logo que o programa de resgate fosse aprovado. Este acordo foi obtido numa reunião na sede do fundo, em Washington, no dia 10 de Maio de 2010.
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Baseando-se numa acta confidencial, a que teve acesso, o diário revela que o envolvimento do FMI foi conseguido graças à promessa de que os bancos comerciais alemães, franceses e holandeses não iriam desfazer-se de dívida soberana grega logo que o programa de resgate fosse aprovado. Este acordo foi obtido numa reunião na sede do fundo, em Washington, no dia 10 de Maio de 2010.
Mas o que aconteceu a seguir foi precisamente o contrário do que estava acordado. Logo depois da concessão de ajuda à Grécia, a troco de um plano de ajustamento orçamental que provocou um forte agravamento das condições económicas no país e um cenário de convulsão social, a banca dos três países começou, de imediato, a desfazer-se de dívida grega "que lhe começava a queimar as mãos", afirma o jornal.
E a verdade é que, dos 122 mil milhões de euros que então a banca dos três países tinha de dívida grega, já só restam menos de 34 mil milhões de euros. Ou seja, a carteira encolheu cerca de 72%.
O jornal não revela como é que os Governos conseguiram mandato para assumir este compromisso, uma vez que, tratando-se de bancos comerciais, compete aos accionistas definir e aprovar a estratégia de gestão e as práticas das instituições.