Falta de perícia adia julgamento de indemnização por morte em acidente de Angélico

O adiamento ficou a dever-se à falta de um exame pericial pedido pelos pais do cantor para esclarecer quem é o dono do veículo que era conduzido por Angélico no dia do acidente.

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O adiamento ficou a dever-se à falta de um exame pericial pedido pelos pais do cantor para esclarecer quem é o dono do veículo que era conduzido por Angélico no dia do acidente.

A perícia destina-se a confirmar se a assinatura que se encontra no contrato de compra e venda do veículo é a de Angélico ou se o documento foi falsificado, como defende a mãe do cantor.

Durante a audiência prévia, que se realizou hoje à porta fechada, as partes não chegaram a acordo quanto ao litígio, o que evitaria que o caso chegasse a julgamento.

A acção de indemnização corre no Juízo de Grande Instância Cível de Aveiro e, além da mãe de Angélico, envolve o Fundo de Garantia Automóvel (FGA), o stand Impocar (de onde saiu a viatura ao volante da qual o cantor se despistou) e o anterior proprietário do automóvel.

Na acção, os pais de Hélio Filipe - o amigo de Angélico - alegam que o filho morreu devido "à extrema violência" do embate do veículo que o cantor conduzia e à velocidade em que seguia.

Já a mãe do cantor diz que o acidente ficou a dever-se ao "mau estado" dos pneus da viatura conduzida por Angélico, que apresentavam "um sulco na banda de rodagem inferior a 1,6 milímetros, o que comprometia seriamente a fiabilidade e a segurança do veículo".

Opinião diferente tem o proprietário do stand Impocar, para quem o mau estado dos pneus "não é a causa do acidente mas antes o resultado dele".

O FGA, por seu lado, defende que o comportamento de Hélio Filipe contribuiu para a sua morte, considerando "manifestamente exagerada" a indemnização pedida em tribunal.

O cantor e actor Angélico Vieira morreu no Hospital de Santo António, no Porto, dias após o acidente que ocorreu na A1, quilómetro 258,909, sentido norte-sul, pelas 03:15 de 25 de Junho, provocando também a morte do passageiro Hélio Filipe e ferimentos nas ocupantes Armanda Leite e Hugo Pinto.

As autoridades concluíram que a viatura se despistou na sequência do rebentamento de um pneu, na altura em que o veículo seguia a uma velocidade entre 206,81 e 237,30 quilómetros horários e que Angélico, assim como o outro passageiro da frente, seguiam com cinto de segurança.