Numa semana, a chinesa Lenovo gastou 5200 milhões de dólares em compras
Google vende Motorola por quatro vezes menos do que tinha pago.
O negócio, porém, não vai permitir chegar instantaneamente a uma posição capaz de disputar a liderança, como aconteceu há nove anos. A Motorola tem presença sobretudo na América Latina, com uma quota de mercado de 8%, e nos EUA, com uma fatia de 3,5%. Na Europa Ocidental fica-se pelos 0,3%. Nos telemóveis, a Lenovo é também muito mais pequena do que nos computadores, com vendas residuais em África, no Médio Oriente e no Leste da Europa e com uma quota de apenas 1% na região do Japão e Pacífico. Já na China, um dos mercados que mais deverá crescer nos próximos anos, a Lenovo tem 11,8%.
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O negócio, porém, não vai permitir chegar instantaneamente a uma posição capaz de disputar a liderança, como aconteceu há nove anos. A Motorola tem presença sobretudo na América Latina, com uma quota de mercado de 8%, e nos EUA, com uma fatia de 3,5%. Na Europa Ocidental fica-se pelos 0,3%. Nos telemóveis, a Lenovo é também muito mais pequena do que nos computadores, com vendas residuais em África, no Médio Oriente e no Leste da Europa e com uma quota de apenas 1% na região do Japão e Pacífico. Já na China, um dos mercados que mais deverá crescer nos próximos anos, a Lenovo tem 11,8%.
A empresa foi em 2013 o quarto maior fabricante de smartphones no mundo, de acordo com a analista IDC. Teve uma quota de mercado de apenas 4,5%, mas registou o maior crescimento anual entre as cinco companhias do topo: 91,7%, muito acima da média do mercado, que foi de 38,4%. A Samsung lidera, com 31,3% e um crescimento anual de 42,9%. De acordo com contas da própria Lenovo, contabilizando a Motorola, a quota de mercado combinada é apenas de 5,4%.
A Lenovo, que começou por se chamar Legend, foi fundada em 1984 e está cotada na bolsa de Hong Kong. É a subsidiária mais conhecida da Legend Holdings, uma empresa chinesa que tem investimentos financeiros, no mercado imobiliário e noutras áreas das tecnologias de informação. A Legend tem quase 33% da Lenovo. Pouco mais de 60% do capital está disperso e o actual presidente executivo, Yang Yuanqing, que começou a vender computadores da empresa e rapidamente foi promovido a uma posição de chefia, tem uma participação de 7,5%.
A compra da Motorola é feita por um preço muito abaixo dos 12.500 milhões de dólares que o Google pagou em 2012. A Lenovo pagará 660 milhões de dólares em dinheiro, 750 milhões em acções e mais 1500 milhões em dinheiro, ao longo de três anos. São, no total, 2910 milhões de dólares, cerca de 2147 milhões de euros (quatro vezes menos do que custou ao Google). O Google ficará, no entanto, com as patentes da Motorola, que são úteis para proteger o ecossistema Android das frequentes disputas legais nesta área.
Esta foi a segunda vez que a multinacional chinesa foi às compras este mês e, ao todo, vai desembolsar aproximadamente 5200 milhões. Há pouco mais de uma semana, tinha anunciado a compra do negócio de servidores da IBM para empresas, por 2300 milhões de dólares. Os dados mais recentes da Gartner, do terceiro trimestre de 2013, colocam a IBM em segundo lugar neste sector, atrás da HP, com uma facturação de 2800 milhões, correspondente a 23% do mercado.
No terceiro trimestre do ano passado, a Lenovo facturou 9774 milhões de dólares e teve lucros de 220 milhões.