Primeiro-ministro turco cai nas sondagens por causa do escândalo de corrupção
O Partido da Justiça e do Desenvolvimento ainda ganharia as eleições se fossem já hoje, mas a popularidade de Erdogan deu um trambolhão, revela uma sondagem.
Apesar de os turcos estarem descontentes com o líder do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), que obteve quase metade dos votos (49,83%) nas legislativas de 2010, se as eleições fossem hoje, as revelações de que existe uma rede de corrupção ligada às obras públicas e as sanções económicas internacionais contra o Irão não são suficientes para tirar o poder a Erdogan. O AKP ganharia ainda as eleições: teria 36,3% dos votos, contra 23,6% do Partido Republicano do Povo (CHP, kemalista) e 12,6% do Partido de Acção Nacionalista (MHP).
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Apesar de os turcos estarem descontentes com o líder do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), que obteve quase metade dos votos (49,83%) nas legislativas de 2010, se as eleições fossem hoje, as revelações de que existe uma rede de corrupção ligada às obras públicas e as sanções económicas internacionais contra o Irão não são suficientes para tirar o poder a Erdogan. O AKP ganharia ainda as eleições: teria 36,3% dos votos, contra 23,6% do Partido Republicano do Povo (CHP, kemalista) e 12,6% do Partido de Acção Nacionalista (MHP).
Mas, de acordo com esta sondagem, também o movimento de Gülen, conhecido como Hizmet (serviço), perdeu prestígio. Erdogan diz que a investigação aberta contra três ministros do seu Governo – entretanto obrigados a demitir-se –, o director de um banco público, empresários e outras figuras públicas é “um golpe de Estado judicial”, porque os seguidores de Gülen, ao longo dos anos, foram tomando posições na polícia e na justiça. O seu alvo último, afirma, é ele próprio, Erdogan, para afectar o resultado das eleições locais de Março e para o impedir de se candidatar às presidenciais de Agosto.
A tese do complot é rejeitada por 42% da opinião pública turca, de acordo com esta sondagem. Além disso, 60% dos turcos consideram que se justifica a investigação judicial que foi aberta – e à qual o Governo respondeu com uma série de novas leis restritivas e o afastamento de milhares de polícias por participarem nas investigações. Esta quinta-feira, foram dispensados quase 800 mais, em Ancara e Esmirna, relata a imprensa turca.
Mais recentemente, tinham sido afastados 500 membors das forças policiais em Ancara e 274 em Esmirna. Nas contas dos media turcos, cerca de 6000 polícias turcos, tanto graduados como agentes, foram afastados e castigados desde a revelação, em meados de Dezembro, da investigação do escândalo de corrupção que visa dezenas de figuras próximas do poder.
No entanto, 24,9% dos turcos consideram que existe, de facto, uma tentativa de golpe de Estado contra o Governo. Mas a maioria das pessoas tem agora um sentimento negativo contra o movimento de Gülen: 60% dos que responderam ao inquérito acreditam em Erdogan, quando ele diz que o Hizmet estabeleceu aquilo a que chama “um Estado paralelo” dentro da administração pública.
Embora se tenha mantido à parte desta polémica, o Presidente Abdullah Gul também não está a ser particularmente bem visto. Em Janeiro, agradou a 46,5% dos turcos, quando em Dezembro tinha uma popularidade de 63,3% e há um ano de 76%. “Todas as partes estão a perder prestígio rapidamente”, comentou à Reuters Ozer Sancar, director do Instituto MetroPoll.