EUA mais atractivos para investir que a China?
Olhando para os números do crescimento perto de dois dígitos que a China tem conseguido ao longo das últimas décadas e para as dificuldades reveladas pelos Estados Unidos (e pela Europa e o Japão também) em fugir à quase estagnação económica desde o início da crise financeira internacional, a resposta à questão sobre qual o local onde se deve investir pareceria, à partida, ser óbvia.
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Olhando para os números do crescimento perto de dois dígitos que a China tem conseguido ao longo das últimas décadas e para as dificuldades reveladas pelos Estados Unidos (e pela Europa e o Japão também) em fugir à quase estagnação económica desde o início da crise financeira internacional, a resposta à questão sobre qual o local onde se deve investir pareceria, à partida, ser óbvia.
No entanto, a edição de 2013 do Índice de Confiança do Investimento Directo Estrangeiro publicada pela consultora A.T. Kearney e feita com base nas respostas de 300 gestores de empresas de todo o Mundo colocou, pela primeira vez desde 2001, os Estados Unidos na liderança. A China, líder nos últimos anos, passou para segundo. Em terceiro aparece o Brasil.
Foi este resultado, esclareceu depois a Casa Branca, que levou Barack Obama a afirmar que “pela primeira vez em mais de uma década, líderes de negócios de todo o Mundo declararam que a China já não é o país número um para investir, os EUA é que são”.
Existem vários outros estudos do mesmo tipo de consultoras e think tanks internacionais que não colocam os Estados Unidos na liderança, mas para Obama a mensagem a passar era fundamental. Os EUA, depois da crise que colocou o desemprego perto dos 15%, os salários sob pressão e os índices de desigualdade cada vez mais elevados, precisam de acreditar que podem competir com a China usando as suas próprias armas.
Foi por isso que, ao mesmo tempo que defendia uma subida do salário mínimo e tentava demonstrar as credenciais da sua administração no combate ao desemprego, Obama defendia que os acordos comerciais com a Ásia e a Europa são fundamentais e que é possível competir (por mercados e também por investimento) com as potências emergentes do globo.