Mais de 30 personalidades apoiam enfermeiros da Linha Saúde 24
Ana Campos, António Arnault, Fernando Rosas, médicos, enfermeiros e sindicalistas defendem direito à greve.
As demissões que ocorreram recentemente são “um ataque à democracia que tem de ser repudiado”, defendem os subscritores da carta. Para além dos despedimentos, as pessoas estão impedidas de aceder ao seu posto de trabalho, acrescenta o texto.
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As demissões que ocorreram recentemente são “um ataque à democracia que tem de ser repudiado”, defendem os subscritores da carta. Para além dos despedimentos, as pessoas estão impedidas de aceder ao seu posto de trabalho, acrescenta o texto.
Uma semana e meia depois da greve do dia 4 de Janeiro foram despedidos 16 trabalhadores sem aviso prévio ou justificação.
Os 16 despedimentos são uma pequena fatia daqueles que vão ser levados a cabo, pois anuncia-se que serão mais de 115 pessoas, refere um comunicado enviado à imprensa pela Comissão Informal Dos Trabalhadores Da Linha Saúde 24. De acordo com o mesmo, “esta acção da administração da empresa é um ataque não apenas a estes trabalhadores, mas a toda a cidadania, e uma ameaça à democracia, porque viola o direito à livre expressão e organização”.
Com vista à "defesa dos valores democráticos que estão a ser violados pelas entidades patronais", três dezenas de personalidades juntaram-se para apoiar os trabalhadores da Linha Saúde 24. Entre os apoiantes estão Ana Campos, directora do serviço de obstetrícia da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa; António Arnault, advogado e responsável pela criação do Sistema Nacional de Saúde; António-Pedro Vasconcelos, realizador; Fernando Rosas, historiador e vários médicos e enfermeiros, bem como sindicalistas.
“A situação que ocorre neste momento na Linha Saúde 24 representa um regresso ao passado”, defendem os assinantes da carta. Ao estar a ser punida a “tentativa de organização” dos trabalhadores da Linha de Saúde 24, os subscritores acreditam que é preciso actuar de forma a defender o direito à greve. Os direitos dos enfermeiros estão a ser desrespeitados como trabalhadores e como cidadãos, porque a tentativa de organização está a ser considerada um crime, dizem.
O comunicado de imprensa surgiu na sequência das medidas tomadas pela administração da empresa e que deram origem às manifestações e greves realizadas recentemente pelos enfermeiros daquela linha.