Sarajevo vezes 13 realizadores, incluindo Jean-Luc Godard e Teresa Villaverde
Uma longa-metragem composta por 13 curtas de 13 cineastas europeus de gerações e países diferentes: Pontes de Sarajevo é o filme que, cem anos depois do início da Primeira Guerra Mundial, nos vai fazer mergulhar nesta cidade bósnia irremediavelmente associada a uma das maiores tragédias da história europeia.
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Uma longa-metragem composta por 13 curtas de 13 cineastas europeus de gerações e países diferentes: Pontes de Sarajevo é o filme que, cem anos depois do início da Primeira Guerra Mundial, nos vai fazer mergulhar nesta cidade bósnia irremediavelmente associada a uma das maiores tragédias da história europeia.
No próximo dia 28 de Junho assinala-se o século que passou desde o assassinato, justamente em Sarajevo, do arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono austro-húngaro — acontecimento que precipitou a Primeira Guerra Mundial, em 1914. E será também em Junho que chegará aos cinemas portugueses o projecto colaborativo Pontes de Sarajevo, que parte deste acontecimento histórico.
O filme será co-assinado pela realizadora portuguesa Teresa Villaverde, os franceses Jean-Luc Godard e Isild Le Besco, o ucraniano Sergei Loznitsa, o romeno Cristi Puiu, a franco-suíça Ursula Meier, os italianos Leonardo Di Costanzo e Vincenzo Marra, o sérvio Vladimir Perisic, o catalão Marc Recha, a alemã Angela Schanelec, o búlgaro Kamen Kalev e a bósnia Aida Begic. O projecto contará ainda com a participação do ilustrador belga François Schuiten, autor de As Cidades Obscuras, que ficará responsável pelas animações dos créditos intercalares, em conjunto com uma equipa portuguesa de 15 animadores, liderada pelo português Luís da Matta Almeida, nomeado recentemente para os prémios Goya na categoria de melhor curta-metragem de animação com O Gigante.
“O que vamos ter aqui são 13 olhares sobre a Guerra, sobre este século após o conflito e sobre esta cidade que acolhe várias culturas, várias histórias”, diz ao Ípsilon Pandora Cunha Telles, da Ukbar, produtora da curta-metragem de Teresa Villaverde, explicando que não há melhor forma de mostrar as diferentes vidas de Sarajevo do que esta, “através de realizadores diferentes, de culturas e estilos diferentes”.
Sobre a curta portuguesa, Sara e Sua Mãe, a produtora conta que Teresa Villaverde “quis mergulhar na cidade”. “Esteve umas semanas em Sarajevo a conhecer pessoas e lugares e acabou por desenvolver uma ficção a partir de acontecimentos reais”, diz Pandora, revelando que o projecto, que está a ser filmado neste momento, conta com a colaboração de Rui Poças, na imagem, e Vasco Pimentel, no som. Os actores, esses, são bósnios e foram escolhidos através de um casting que a cineasta portuguesa realizou naquele país.
Pandora Cunha Telles destaca ainda a colaboração de Jean-Michel Frodon, antigo director dos Cahiers du Cinéma, na direcção artística do projecto. O crítico francês procurou, segundo a produtora, “que o olhar sobre Sarajevo tivesse uma afinidade” e para isso juntou realizadores, que apesar de estilos distintos, são “nomes incontornáveis do cinema independente dos seus países”. “É isto que Pontes de Sarajevo quer ser, um filme muito pouco conformista e muito independente”, acrescenta a produtora, concluindo que as vendas internacionais do filme já estão asseguradas pela Rezo Films e que em Portugal a distribuição estará a cargo da Alambique.