Trabalhadores da Fundação Côa Parque não receberam salario de Janeiro
"Desde o seu início, a Fundação Côa Parque tem-se debatido com problemas de tesouraria, ou seja, os sócios fundadores não têm feito as transferências das verbas que estão acordadas. Pelo menos é o que nos informa a direcção da fundação", disse Luís Luís, delegado do STFPS.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
"Desde o seu início, a Fundação Côa Parque tem-se debatido com problemas de tesouraria, ou seja, os sócios fundadores não têm feito as transferências das verbas que estão acordadas. Pelo menos é o que nos informa a direcção da fundação", disse Luís Luís, delegado do STFPS.
Há já "largos meses" que os salários dos trabalhadores da Fundação Côa Parque "têm sofrido atrasos no seu pagamento, como o subsídio de férias foi pago com uma semana de atraso", exemplificou o sindicalista.
"O que nos foi transmitido via e-mail, pelo Conselho de Administração da Fundação, é que este mês não havia dinheiro para o vencimentos e não foi apresentada nenhuma data para o pagamento dos ordenados dos trabalhadores", frisou Luís Luís.
Os membros fundadores da Côa Parque são a Direcção-Geral do Património Cultural, ministérios da Economia e do Ambiente, Câmara de Vila Nova de Foz Côa e Associação de Municípios do Vale do Côa.
"Deteriora-se a situação na Fundação Côa Parque. Depois de ficarmos a saber que o Governo ainda anda a avaliar o que fazer da Fundação, tivemos hoje a certeza, através de nota de serviço interna, de que os nossos ordenados não serão pagos, situação que se pode arrastar até Fevereiro", acrescentam os trabalhadores, em comunicado enviado à Lusa.
A Fundação Côa Parque tem a seu cargo a gestão do Museu do Côa (MC) e o Parque (PAVC) Arqueológico do Vale do Côa.
Os trabalhares do MC e do PAVC garantem que se trata de uma situação de “suma gravidade para quem trabalha, sobretudo para quem aufere de salários baixos e para quem as contas a pagar chegam, infelizmente, à tabela”.
"Trata-se de um desrespeito e de uma falta de consideração por um corpo de funcionários que já foi dado como exemplar na administração pública. A recompensa para tal exemplaridade tem que ser ela própria exemplar; assim, para além dos pesadíssimos cortes extensíveis a todos os colegas da função pública, vimos também ser-nos sonegado o direito ao salário", adiantam em comunicado após plenário de trabalhador realizado em Vila Nova de Foz Côa.
Para denunciar a situação publicamente, foi anunciada uma concentração em Lisboa junto à Secretaria de Estado da Cultura e uma jornada de luta a realizar no próximo dia 13 de fevereiro.
A Lusa tentou contactar a direção da Fundação Côa Parque, mas sem sucesso