Câmaras do Médio Tejo preocupadas com falta de respostas na área da saúde
Em comunicado, os autarcas dão conta dos resultados de uma reunião em que participou o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), Joaquim Esperancinha, a quem foi transmitida a preocupação das câmaras quanto à falta de respostas ao nível das unidades de cuidados primários e à ausência de coordenação com o centro hospitalar. Os presidentes de câmara reiteram mais uma vez a necessidade de criação de uma unidade local de saúde.
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Em comunicado, os autarcas dão conta dos resultados de uma reunião em que participou o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), Joaquim Esperancinha, a quem foi transmitida a preocupação das câmaras quanto à falta de respostas ao nível das unidades de cuidados primários e à ausência de coordenação com o centro hospitalar. Os presidentes de câmara reiteram mais uma vez a necessidade de criação de uma unidade local de saúde.
“Estamos todos preocupados com os tempos de espera no serviço de urgências do CHMT, mais a mais quando sabemos que cerca de 60% dos pacientes que entram nas urgências deviam ter cuidados médicos nos centros de saúde”, disse à agência Lusa a presidente da CIMT, Maria do Céu Albuquerque (PS), que também preside à Câmara Municipal de Abrantes.
De acordo com a autarca, a maior parte dos centros de saúde não tem médicos em número insuficiente para dar resposta aos utentes em termos de cuidados de saúde de proximidade - cerca de 40% da população abrangida está, inclusive, sem médico de família.
“A desarticulação entre os cuidados de saúde primários é evidente. Os centros de saúde, além de terem falta de médicos, fecham cedo, cerca das 17h, e depois, por qualquer coisinha, a população vai parar às urgências”, referiu.
A autarca defendeu a criação de uma unidade de saúde local, com uma “gestão comum” e que envolva os serviços hospitalares, os cuidados primários e, eventualmente, o serviço de cuidados continuados.“
"É gravíssimo o que está a suceder e isto como está não pode continuar”, criticou Maria do Céu Albuquerque, assegurando que as reivindicações da CIMT vão ser transmitidas ao Ministério da Saúde.
Além da unidade de saúde local, os presidentes dos 13 municípios defenderam a importância estratégica para o centro hospitalar da prestação de cuidados de saúde diferenciados e mostraram interesse numa unidade de hemodinâmica.
“É importante potenciar a atração de outros médicos e serviços de saúde diferenciados de modo a servir um universo mais alargado de utentes”, defendeu a autarca.
Por outro lado, foi também manifestas a preocupação dos autarcas com a significativa diminuição do número de partos realizados na região. “O número de partos diminuiu na maternidade do CHMT, à semelhança do que sucede um pouco por todo o país, mas não faz sentido que as parturientes não escolham a nossa maternidade e vão para as unidades privadas. Temos de procurar novas e melhores condições para estimular as mães a servirem-se desta maternidade”, defendeu a presidente da CIMT.
Com um total de 235.621 utentes, o agrupamento do Médio Tejo tem por missão garantir a prestação de cuidados de saúde à população de 11 concelhos - Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Tomar, Torres Novas, Sardoal e Vila Nova da Barquinha.