Rebeldes islamitas do Cáucaso do Norte ameaçam Jogos Olímpicos de Sochi

A segurança dos jogos é uma das principais preocupações das autoridades russas.

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No segundo atentado, a 30 de Dezembro morreram 14 pessoas Stringer/Reuters

Nas imagens surgem dois homens, com cerca de 25 anos, que são apresentados como os autores dos dois atentados na cidade de Volgogrado, no final de Dezembro, no qual perderam a vida 34 pessoas e dezenas ficaram feridas

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Nas imagens surgem dois homens, com cerca de 25 anos, que são apresentados como os autores dos dois atentados na cidade de Volgogrado, no final de Dezembro, no qual perderam a vida 34 pessoas e dezenas ficaram feridas

"Em relação aos Jogos Olímpicos, nós preparámos um presente para ti e para os turistas, para vingar o sangue dos muçulmanos espalhados pelo mundo”, dizem no video, dirigindo-se ao presidente russo Vladimir Putin.

Embora as suspeitas recaíssem nos jihadistas oriundos das repúblicas do Cáucaso do Norte, onde a guerrilha separatista da Tchetchénia, derrotada pelas tropas enviadas por Putin em 1999, deu lugar na última década a grupos que usam o terror como arma para instaurar um Estado islâmico na região, os atentados ainda não tinham sido reivindicados.

Intitulado “Apelo de Suleiman e Abdurakhman sobre os ataques de Volgogrado”, o vídeo de 49 minutos revelado nesta segunda-feira, é apresentado como a mensagem de despedida dos dois terroristas suicidas responsáveis pelos ataques a Volgogrado revelando imagens dos próprios ataques e a forma como as bombas estavam presas aos seus corpos.

Os dois homens afirmaram querer "trazer a jihad não só ao Cáucaso, mas também às principais cidades russas", assegurando também a possibilidade de futuros jovens participarem em ataques suicidas como os de Volgogrado.

Desde o colapso da União Soviética, em 1991, foram assinalados 1896 ataques terroristas na Rússia, a grande maioria dos quais nas repúblicas federadas do Cáucaso do Norte – Tchetchénia, Daguestão, Inguchétia, Kabardino-Balcária e Karatchaevo-Tcherkessia – predominantemente muçulmanas e reclamadas como território pelo grupo radical islâmico autodenominado “Emirado do Cáucaso”, liderado por Doku Umarov, um separatista tchetcheno declarado “inimigo público número um” pela Rússia.

Para o International Crisis Group, uma organização não governamental que intervém no sentido de evitar conflitos no mundo, este é o "mais complexo e mais violento conflito armado da Europa".

Com os jogos Olímpicos de Inverno à porta, realizam-se a partir de 7 de Fevereiro em Sochi, a estância balnear do Mar Negro que fica na extremidade ocidental das montanhas do Cáucaso, onde os rebeldes pretendem criar um Estado islâmico, a segurança tornou-se numa das principais preocupações das autoridades russas.

O Comité Olímpico russo disse que todas as medidas de segurança foram já accionadas e que pouco mais se pode fazer para garantir a segurança dos jogos. Foram mobilizados quase 40 mil agentes de segurança para Sochi. "A nossa missão como organizadores é garantir a segurança dos participantes e dos espectadores, e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance", disse Vladimir Putin na sexta-feira numa entrevista a vários canais de televisão nacionais e internacionais.