Alunos de Vila Real de Santo António recusam ter aulas em contentores após chuvada
Estudantes fizeram uma manifestação espontânea, após se depararem com os contentores molhados.
Ernesto Ramos, dirigente da Associação de Pais, explicou à Lusa que, ao início da manhã, foi contactado por elementos da escola "a informar que os alunos se tinham recusado a entrar nos contentores e os professores a dar aulas". Os monoblocos usados para as aulas "não estavam alagados, mas as paredes escorriam e toda a parte eléctrica estava a pingar", explicou. "Isso causa um problema de segurança e os alunos concentraram-se e realizaram uma manifestação espontânea."
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Ernesto Ramos, dirigente da Associação de Pais, explicou à Lusa que, ao início da manhã, foi contactado por elementos da escola "a informar que os alunos se tinham recusado a entrar nos contentores e os professores a dar aulas". Os monoblocos usados para as aulas "não estavam alagados, mas as paredes escorriam e toda a parte eléctrica estava a pingar", explicou. "Isso causa um problema de segurança e os alunos concentraram-se e realizaram uma manifestação espontânea."
Segundo este dirigente, a situação é "caótica" e mostra que os alertas de falta de segurança já feitos pela Associação de Pais e pela autarquia têm "razão de ser".
Os contentores estão a ser utilizados há mais de três anos como salas de aulas provisórias enquanto decorrerem as obras de renovação da escola, a cargo da Parque Escolar. O dirigente da Associação de Pais disse acreditar que o problema vai ser resolvido até ao final do mês, considerando que todos os protestos e diligências feitos com a escola e a autarquia para a entrega das salas começa a "dar frutos", porque, "neste momento, já estão montados os materiais que faltavam no refeitório e apenas faltam vistorias".
Jéssica Filhó, aluna do 11.º ano, disse à Lusa que, quando chegou ao contentor/sala à primeira hora da manhã se deparou "com as salas cheias de água" e com "colegas a afixar papéis na porta a dizer que não estavam em condições".
"Estava tudo molhado, não era possível ter aulas ali, recusámos entrar e depois juntámo-nos no átrio", disse a aluna, frisando que está "há cinco anos [lectivos] na escola e as obras já decorrem há quatro". Ernesto Ramos frisou que, sempre que houver mau tempo e chuva, "esta situação vai-se verificar" e a única solução é a entrega das salas e a retirada dos contentores, que "já não têm condições de segurança".
Em causa estão as obras de requalificação da escola secundária local, que começaram em Outubro de 2010. Actualmente, decorre a segunda fase dos trabalhos, que inclui um bloco de 21 salas, refeitório e instalações desportivas. A Associação de Pais e a Câmara têm tentado que a Parque Escolar entregue a obra de forma faseada e disponibilize já as salas de aulas, sem o refeitório e o ginásio, pedido que não tem sido atendido.
A 3 de Janeiro, os pais, ajudados por funcionários da câmara local, tentaram mesmo transferir o mobiliário para os novos espaços quando a iniciativa foi travada devido à intervenção da PSP.