Pires de Lima lamenta distância entre a ciência e as empresas
O ministro da Economia, António Pires de Lima, lamentou esta quinta-feira à noite que parte da investigação científica em Portugal não chegue às empresas e disse que não é possível manter um modelo de financiamento que mantenha esta distância.
“Uma boa parte da investigação é financiada por dinheiros públicos e não chega à economia real. Não chega a transformar o conhecimento em resultados concretos que depois beneficiem a sociedade como um todo”, afirmou o ministro, durante um debate sob o tema “Crescer para fora” na Fundação de Serralves, no Porto, onde se encontravam à entrada cerca de 20 manifestantes contra o Governo.
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“Uma boa parte da investigação é financiada por dinheiros públicos e não chega à economia real. Não chega a transformar o conhecimento em resultados concretos que depois beneficiem a sociedade como um todo”, afirmou o ministro, durante um debate sob o tema “Crescer para fora” na Fundação de Serralves, no Porto, onde se encontravam à entrada cerca de 20 manifestantes contra o Governo.
Pires de Lima disse não ser possível “alimentar um modelo que permita à investigação e à ciência viverem no conforto de estar longe das empresas e da vida real”, referindo o elevado nível de doutorados “per capita” em Portugal por oposição ao baixo número de doutorados nas empresas.
“É preciso de facto investir, dar continuidade à trajectória de investimento, mas também procurar criar um modelo de estímulos e de sinais que ligue a investigação, a ciência, a educação à vida concreta e real das empresas e que se traduza em produtos, marcas e serviços que possam fazer a diferença no mercado e devolver à sociedade o investimento que fizemos”, afirmou o ministro da Economia, que voltou a mencionar a necessidade de incorporar uma educação para o empreendedorismo nas escolas portuguesas.
Por seu lado, o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, que marcou presença no debate na qualidade de antigo presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), sublinhou que talvez das coisas que fez melhor o Governo anterior foi “o investimento no saber”.