Chefe de gabinete de Miguel Macedo demite-se por causa de contrato com ARS de Lisboa
A divulgação do contrato firmado pela Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo com uma empresa para serviços de consultoria e assessoria da reforma hospitalar da região já teve consequências.
Criada pelo ex-presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) Miguel Oliveira, a empresa POP Saúde – Planeamento, Organização e Prestação de Cuidados de Saúde tem como sócia a sua mulher, Rita Abreu Lima, que era chefe do gabinete do ministro da Administração Interna desde 2011.
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Criada pelo ex-presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) Miguel Oliveira, a empresa POP Saúde – Planeamento, Organização e Prestação de Cuidados de Saúde tem como sócia a sua mulher, Rita Abreu Lima, que era chefe do gabinete do ministro da Administração Interna desde 2011.
Rita Abreu Lima decidiu agora pedir a demissão do cargo, alegando que não teve qualquer influência nem fez “diligências para a celebração do contrato”, segundo adiantou o jornal i. “A criação da empresa não teve por fim esta específica contratação de serviços”, acrescentou a ex-chefe de gabinete. O pedido de demissão já foi aceite pelo ministro Miguel Macedo, refere o jornal.
Depois de ter passado por vários ministérios ao longo da sua carreira, Rita Abreu Lima chegou a ser responsável pelo departamento de recursos humanos e pelo gabinete jurídico do INEM, entre o final de 2006 e 2008. Nessa altura, o presidente do INEM era o actual responsável pela ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Cunha Ribeiro. Miguel Oliveira era seu assessor e presidente da delegação do Norte do instituto.
Efectuado por ajuste directo, o acordo entre a ARSLVT e a sociedade de Miguel Oliveira e Rita Abreu Lima decorreu com grande rapidez, com o procedimento a ser autorizado no dia 2 de Janeiro por Cunha Ribeiro, o contrato assinado a 10 e o ex-presidente do INEM a dar início às suas funções esta terça-feira. A POP-Saúde foi oficialmente criada no dia 3 de Janeiro, adiantou o Correio da Manhã.
Luís Cunha Ribeiro alega que Miguel Oliveira é a pessoa indicada para o cargo, pela experiência e formação que possui. Ao PÚBLICO o presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo disse ainda que o valor de 30 euros à hora que o médico vai receber é o adequado para a tarefa que vai desempenhar – o acompanhamento da reorganização da urgência metropolitana e da reforma da rede hospitalar da Grande Lisboa.
Esta contratação acontece depois de a ARS de Lisboa e Vale do Tejo ter nas mãos os resultados de um estudo sobre a reforma da rede hospitalar feito pela consultora privada Antares Consulting e que custou cerca de 90 mil euros.