Tabu , de Miguel Gomes, considerado Melhor Filme Estrangeiro no Brasil
O filme, que se estreou no passado dia 28 de Junho, no Brasil, tinha sido já considerado o melhor filme do ano no país, pela Liga brasileira dos Blogues Cinematográficos.
À distinção da Abraccine concorriam as 398 longas-metragens brasileiras e estrangeiras, estreadas no Brasil ao longo do ano passado.
Miguel Gomes junta-se assim ao norte-americano Terrence Malick e ao iraniano Asghar Farhadi, cineastas distinguidos em anos anteriores.
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O filme, que se estreou no passado dia 28 de Junho, no Brasil, tinha sido já considerado o melhor filme do ano no país, pela Liga brasileira dos Blogues Cinematográficos.
À distinção da Abraccine concorriam as 398 longas-metragens brasileiras e estrangeiras, estreadas no Brasil ao longo do ano passado.
Miguel Gomes junta-se assim ao norte-americano Terrence Malick e ao iraniano Asghar Farhadi, cineastas distinguidos em anos anteriores.
Em comunicado, a produtora do filme, O Som e a Fúria, salienta que “a eleição da Abraccine é mais do que uma contagem de votos dos seus associados, realizada em dois turnos [voltas]”, pois “é precedida de um amplo debate, via internet, em que os seus membros, de todo o Brasil, têm oportunidade de defender suas preferências e pontos de vista críticos”.
Tabu - protagonizado por Laura Soveral, Ana Moreira, Teresa Madruga e Carloto Cotta - é a terceira longa-metragem de Miguel Gomes e foi distinguida em 2012, no festival de cinema de Berlim, com os prémios da Inovação e da Crítica.
Do elenco faz parte ainda o actor brasileiro Ivo Muller.
O filme, uma trama amorosa rodada a preto e branco, passada entre a actualidade, em Portugal, e o passado, numa África colonial, foi descrito pelo jornal francês Le Monde como “uma homenagem à idade de ouro do cinema” e “ao império do cinema mudo”.
“Na trama, um casal luta contra tudo e todos pelo seu amor, numa África recriada a partir de um alienado imaginário forjado pelo cinema hollywoodiano”, escreveu o jornal Folha de São Paulo, após a estreia naquela cidade.
“ Tabu, a partir do próprio título, remete a uma obra de culto - o Tabu de 1931, que marcou a parceria de F.W. Murnau e Robert Flaherty. Um realista intimista e um documentarista. Tabu, o original, divide-se em duas partes - Paraíso e Paraíso Perdido. Miguel Gomes inverte o formato. Filma primeiro o paraíso perdido e, só depois, na segunda parte, o paraíso”, afirmou o Estado de São Paulo.
Em França o filme foi eleito pela imprensa como um dos dez melhores de 2012, e somou mais de cem mil espectadores. Em Portugal, na exibição comercial, o filme foi visto por cerca de 21.000 espectadores, segundo dados do Instituto do Cinema e Audiovisual.
Tabu foi distinguido com o prémio de Melhor Argumento Original da International Cinephile Society (ICS, sigla inglesa de Sociedade Internacional Cinéfila), fundada em 2003, grupo online composto por cerca de 80 jornalistas, estudiosos de cinema, historiadores e outros profissionais da indústria cinematográfica, que cobrem festivais e outras iniciativas da área do cinema, nos cinco continentes.
O filme de Miguel Gomes, uma co-produção entre Portugal, França, Alemanha e Brasil, ficou ainda em segundo lugar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Realizador, dos prémios da ICS.
A Academia Portuguesa de Cinema, no ano passado, entregou-lhe o Sophia de Melhor Filme português, e também para a Melhor Montagem.
Tabu foi eleito um dos dez melhores filmes, em 2012, pelas revistas especializadas Cahiers du Cinema (França), Sight & Sound (Reino Unido) e também pela norte-americana New Yorker.
O filme de Miguel Gomes foi finalista do Prémio LUX de Cinema Europeu, atribuído pelo Parlamento Europeu, e arrecadou ainda prémios nos festivais de Las Palmas, em Espanha, Avvantua, na Croácia, e de Ghent, na Bélgica.
Miguel Gomes prepara uma nova longa-metragem, Mil e uma noites, com estreia prevista para 2015, na qual aborda “histórias que partem da realidade de um desgraçado país, Portugal”, como salientou na apresentação do projecto, em Setembro do ano passado.
Em 2013, estreou em Veneza a curta-metragem Redemption, inspirada em personagens da actualidade - os políticos Passos Coelho, Angela Merkel, Nicolas Sarkozy e Sílvio Berlusconi. O filme encontra-se agora no circuito de exibição.
Miguel Gomes assinou as longas-metragens Querido Mês de Agosto e A cara que mereces e “curtas” como Kalkitos, Inventário de Natal e Entretanto.
A Abraccine, fundada em Julho de 2011, reúne mais de uma centena de associados, em todos os Estados do Brasil.
Nos anos anteriores, distinguiu a Abraccine A árvore de vida, de Terrence Malick, e A separação, de Asghar Farhadi, que também recebeu o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2012.