Quercus preocupada com risco ambiental do transbordo de armas químicas
Ambientalistas argumentam com riscos de contaminação em operações deste género e pedem ao Governo que esclareça os contornos da operação.
O presidente da Quercus, Nuno Sequeira, diz que "há eventuais riscos de contaminação do ar, dos solos, da água e até das populações humanas" em operações deste género. "Estamos preocupados, como todos os portugueses devem estar preocupados, porque se trata de uma operação que tem um risco bastante considerável. As armas químicas são armas de destruição massiva, são fabricadas para causar danos", afirmou Nuno Sequeira, salvaguardando que a informação de que a Quercus dispõe, neste momento, é a que tem sido veiculada pela comunicação social.
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O presidente da Quercus, Nuno Sequeira, diz que "há eventuais riscos de contaminação do ar, dos solos, da água e até das populações humanas" em operações deste género. "Estamos preocupados, como todos os portugueses devem estar preocupados, porque se trata de uma operação que tem um risco bastante considerável. As armas químicas são armas de destruição massiva, são fabricadas para causar danos", afirmou Nuno Sequeira, salvaguardando que a informação de que a Quercus dispõe, neste momento, é a que tem sido veiculada pela comunicação social.
Ainda assim, o presidente da organização ambiental disse acreditar que o Governo "esteja a fazer tudo para garantir as condições de segurança necessárias". "O que é necessário é que [o Governo] reaja rapidamente e que tranquilize as pessoas. Não é uma operação habitual e, além da segurança, é necessário que haja condições de tranquilidade", apelou Nuno Sequeira.
Para aquele responsável, a confirmar-se que o transbordo de material químico se realiza nos Açores, é preciso esclarecer que organismos nacionais e internacionais vão acompanhar a operação, que medidas de fiscalização vão ser tomadas e que tipo de licenciamento vai ser feito. "Entendemos que haja algum sigilo, mas temos que exigir que o Governo venha dar este esclarecimento", afirmou Nuno Sequeira.
O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, confirmou que o executivo que lidera "foi consultado e tem acompanhado o processo de disponibilização por Portugal de instalações portuárias na Praia da Vitória, no âmbito da resolução aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas relativa ao processo de destruição de material químico da Síria". O governante sublinhou que, "conforme é público, não há ainda nenhuma decisão".
"O Governo dos Açores tem acompanhado, em estreita colaboração, desde logo, com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, um conjunto de questões que interessa clarificar, esclarecer, detalhar em relação a este processo, nomeadamente aquelas que dizem respeito a questões de segurança e de operacionalidade das instalações portuárias", acrescentou.
"Mesmo que a situação seja controlada e monitorizada ela comporta sempre riscos ambientais e de segurança", defende o presidente da associação Amigos dos Açores, Diogo Caetano, alertando que perante "situações acidentais que eventualmente possam acontecer", poderão não haver "mecanismos de resposta em termos de emergência". "Não temos mecanismos de emergência preparados para este tipo de situações perante alguma situação acidental que possa ser mais prejudicial", sublinhou.
"Obviamente que, por algum lado, é reconhecido algum valor geoestratégico aos Açores. Mas também há alguns riscos nesta eventual operação. Para uma região que se tenta assumir recorrentemente como ecológica no contexto internacional poderá ser também um risco essa identificação dos Açores com este tipo de atividade", disse.