De Mónica e o Desejo a Fanny e Alexandre
Cenas da Vida Conjugal (1973)
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Cenas da Vida Conjugal (1973)
É o apogeu do Bergman “íntimo”, a criar jogos de espelhos e reflexos entre a vida pessoal e a criação dramatúrgica, até com requintes de crueldade. Liv Ullmann (com quem Bergman viveu) e Erland Josephson (o mais recorrente dos seus “alter ego”), e o dia-a-dia de um casal marcado pela infidelidade dele. Mal acolhido na altura, o tempo fez dele um dos centros nevrálgicos da obra do realizador sueco.
24 e 25 de Janeiro
Sorrisos de uma Noite de Verão (1955)
É um dos dos mais leves e “dançados” filmes de Bergman, e aquele em que o cineasta primeiro terá feito coincidir as suas outras grandes paixões artísticas: o teatro e a música. Inspirado numa peça de Marivaux, a sua leveza é tanto real como ilusória, porque nem no meio de tanto “sorriso” a “gravitas” de Bergman se suspende. Mas é o seu filme mais divertido, aquele onde o espectador se ri mais, e é suposto rir-se.
28 e 29 de Janeiro
Persona (1966)
Um dos ex-libris do cinema bergmaniano, Persona tem sido alvo de dúzias de tentativas de descodificação e exercícios de interpretação – tão “interpretado” talvez só o 2001 de Kubrick, praticamente contemporâneo. É o Bergman favorito de muita gente, com o enigmático negrume da sua história de vampirismo entre duas mulheres (Liv Ullmann e Bibi Andersson, que conquistaram aqui uma forma de imortalidade).
19 e 20 de Janeiro
Mónica e o Desejo (1953)
É o mais famoso e influente dos primeiros filmes de Bergman. E a máxima expressão, na sua obra, de um erotismo franco e juvenil, mas nem por isso isento de sombras. Fez de Harriet Andersson um sex symbol: anos mais tarde, o primeiro filme de Truffaut, Os Quatrocentos Golpes, mostrava o protagonista (Jean-Pierre Léaud) a roubar fotografias dela. A luz será nórdica mas é luz, e invade tudo.
14 e 15 de Janeiro
Fanny e Alexander (1982)
É a primeira das “despedidas” de Bergman e um filme imenso, de certo modo “testamentário”, onde se cruza tudo o que contou na obra do realizador. Bertil Guve, que foi o Alexander, e não seguiu carreira como actor (hoje é médico), recordou ao Ípsilon o extraordinário tacto com que Bergman o dirigiu nesse filme. “Disse-me que me escolheu porque precisava de um miúdo que representasse com os olhos”.
12 e 13 de Janeiro