2013 foi o ano em que menos portugueses foram ao cinema na última década

Os 12,5 milhões de espectadores presentes nas salas no ano passado foram ver A Gaiola Dourada, Velocidade Furiosa 6, Frozen – O Reino do Gelo. O filme português mais visto foi 7 Pecados Rurais.

Foto
Rita Blanco, em A Gaiola Dourada DR

Os números de 2013 são avançados esta terça-feira pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), que nota que os dados, embora abarquem já o mês de Dezembro, são ainda parciais e provisórios. Olhando para a estatística do ICA na última década, já em 2012 se tinha baixado pela primeira vez em dez anos da barreira dos 15 milhões de ingressos de espectadores, com apenas 13,8 milhões de entradas nas salas. Em 2003, houve 18,7 milhões de pessoas a ver cinema nas salas do circuito comercial português.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os números de 2013 são avançados esta terça-feira pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), que nota que os dados, embora abarquem já o mês de Dezembro, são ainda parciais e provisórios. Olhando para a estatística do ICA na última década, já em 2012 se tinha baixado pela primeira vez em dez anos da barreira dos 15 milhões de ingressos de espectadores, com apenas 13,8 milhões de entradas nas salas. Em 2003, houve 18,7 milhões de pessoas a ver cinema nas salas do circuito comercial português.

Já no ano passado, em Portugal houve 12,5 milhões de idas ao cinema, que geraram uma receita bruta de bilheteira de 65,5 milhões de euros (menos 11,5% do que em 2012), o número mais baixo da década. Os únicos meses em que se registaram aumentos do número de pessoas nas salas em relação ao ano anterior foram os meses de Dezembro e Junho.

Os filmes mais vistos foram então o francês A Gaiola Dourada, de Ruben Alves, com 756 mil espectadores, o sexto tomo do franchise Velocidade Furiosa (426 mil espectadores) e Frozen – O Reino do Gelo, uma entrada de última hora na listagem que tirou Gru – O Maldisposto 2 do top três. Entre os filmes portugueses, o mais visto de 2013 foi 7 Pecados Rurais, de Nicolau Breyner, com 287 mil espectadores e 1,5 milhões de receita de bilheteira. O ICA assinala que o filme de Nicolau Breyner é o segundo na lista “dos filmes europeus mais vistos do ano e o quinto no ranking geral”.

Note-se também que o sucesso da história de emigrantes portugueses em França que se tornou no êxito do Verão e do ano é o sétimo mais visto na última década nos cinemas portugueses. Num ano em que se estrearam 348 longas-metragens em Portugal e 165 delas vieram dos EUA e 138 da Europa (mas apenas 19,5 do total de espectadores viu os filmes europeus), A Gaiola Dourada foi também o único título de 2013 a entrar na lista dos 40 mais vistos entre 2004 e 2013, que é encimado por Avatar, de James Cameron, com 1,2 milhões de espectadores em 2009, seguido do musical Mamma Mia!, com 851 mil espectadores em 2008, e da animação Shrek, O Terceiro, de 2007, com 824 mil bilhetes vendidos.

Num ano de movimentações no mercado de exibição, com a insolvência do então segundo maior exibidor português, a Socorama, e com a entrada de dois novos players no sector nacional – a brasileira Orient Cineplace, que ocupou as salas em shoppings do país deixadas vagas pela Socorama, e a portuguesa Great Cinema (duas salas no Saldanha Residence, em Lisboa) –, as contas de final de ano mostram que a Zon Lusomundo continua líder, com 63,2% do mercado. Seguem-se-lhe a britânica UCI (o maior exibidor europeu), a israelita NLC – Cinema City e a Socorama, que detém neste momento apenas 5,1% do mercado.

O ICA actualiza também a sua lista de obras produzidas com apoios públicos, registando 12 longas (sete de ficção e cinco documentários) e 11 curtas, o que contabiliza como sendo uma redução de 41% em relação a 2012 em que se produziram mais 16 títulos com financiamento do instituto. Como o PÚBLICO escreveu em Dezembro, em 2012 produziram-se 39 títulos, já de si um valor baixo quando o resto da década nunca caiu abaixo dos 48 filmes/ano.