Vítor Gaspar ou Paulo Portas: os nomes de que se fala para comissário europeu
Os dois antigos rivais no Governo podem voltar a competir, agora para o cobiçado cargo europeu.
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Depois de ter tido um dos seus nacionais – Durão Barroso – durante dez anos na presidência da Comissão Europeia, o próximo português nomeado para Bruxelas vai à partida para o fim da fila dos futuros 28 comissários na caça aos quatro ou cinco pelouros mais importantes e prestigiados.
A distribuição das pastas é uma prerrogativa do futuro presidente da Comissão, embora sempre sob uma grande pressão dos Estados, a começar pelos maiores que esperam, e geralmente conseguem, ocupar os postos mais poderosos, nomeadamente economia e finanças, mercado interno e serviços financeiros ou política de concorrência.
Para que um comissário português possa aspirar a ocupar um destes cargos será preciso que a sua reputação europeia seja inquestionável, maior do que o peso relativo do seu país e muito superior à dos outros candidatos, a começar pelos dos grandes países.
O único português a quem é actualmente atribuída em Bruxelas alguma possibilidade de preencher alguns destes requisitos seria o ex-ministro das finanças, Vitor Gaspar. Depois de ter desenvolvido grande parte da sua carreira em postos dirigentes no Banco Central Europeu e na Comissão Europeia onde é particularmente apreciado, Gaspar foi considerado até Julho passado nada menos do que “o melhor ministro das finanças de todos” os países da UE, segundo referiu um responsável europeu. Os seus ex-homólogos têm-no igualmente em altíssimo apreço.
Paulo Portas, número dois do Governo e várias vezes ministro, não beneficia em contrapartida nem da notoriedade nem do respeito “europeu” de Gaspar, nem tem o perfil “económico” associado às pastas mais poderosas.
Pior: Portas não deixou grande impressão, nem amigos, em Bruxelas e restantes capitais europeias por causa da crise política do Verão passado: em pleno programa de ajuda externa, o risco de queda do Governo pôs de pé os cabelos de vários responsáveis nacionais e europeus, que temeram, durante algumas semanas, que Portugal se tornasse num novo pesadelo a acrescentar ao da Grécia.