Contrato de subconcessão dos estaleiros de Viana assinado dia 10 em São Julião da Barra
A cerimónia está agendada para as 12h30 e, de acordo com a mesma fonte, o grupo privado terá um período de cerca de três meses até assumir totalmente a subconcessão, cujo contrato é válido até 31 de Março de 2031. Pelos terrenos, infraestruturas e equipamentos dos ENVC, o grupo Martifer vai pagar ao Estado uma renda anual de 415 mil euros, conforme contrato a assinar na sexta-feira pelas administrações das duas empresas, na presença de membros do Governo.
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A cerimónia está agendada para as 12h30 e, de acordo com a mesma fonte, o grupo privado terá um período de cerca de três meses até assumir totalmente a subconcessão, cujo contrato é válido até 31 de Março de 2031. Pelos terrenos, infraestruturas e equipamentos dos ENVC, o grupo Martifer vai pagar ao Estado uma renda anual de 415 mil euros, conforme contrato a assinar na sexta-feira pelas administrações das duas empresas, na presença de membros do Governo.
A nova empresa West Sea Estaleiros Navais, criada para o efeito pelo grupo Martifer, pretende começar a convocar os funcionários dos estaleiros de Viana para entrevistas de trabalho logo após a assinatura deste contrato de subconcessão. A informação tinha já sido confirmada à Lusa por fonte ligada ao processo de subconcessão, acrescentando que o presidente desta nova empresa será Carlos Martins, administrador daquele grupo privado português, que venceu o concurso público internacional lançado para o efeito.
Num período de seis meses deverão ser criados 400 postos de trabalho nos actuais estaleiros, na área da construção e reparação naval, prevendo o novo subconcessionário um investimento de modernização das instalações e equipamentos dos ENVC, empresa que entretanto será encerrada.
Mais de 100 dos 609 trabalhadores já aderiram a um plano de rescisões amigáveis proposto pela administração dos ENVC, que vai custar 30,1 milhões de euros. Suportado com recursos públicos, o plano prevê indemnizações individuais entre os 6000 e os 200 mil euros, além do acesso ao subsídio de desemprego e reforma.
A 3 de Dezembro, o presidente do conselho de administração da Martifer manifestou a convicção de que esta subconcessão permitirá fazer "reviver" a actividade da construção e reparação naval em Viana do Castelo. "A indústria de construção e reparação naval vai continuar em Viana do Castelo", enfatizou na altura o administrador, que agora vai liderar o projecto do grupo para os antigos ENVC.
A Martifer é um grupo multinacional com mais de 3000 trabalhadores, centrando a sua actividade nos sectores da construção metálica e no solar fotovoltaico, presente na Europa, África, Américas, Ásia e Médio Oriente. "Dizer que a construção e reparação naval vai desaparecer de Viana do Castelo é desinformação porque o projecto da Martifer, com experiência e know how na área da construção e reparação naval através dos estaleiros da Navalria [em Aveiro, do mesmo grupo], passa precisamente por fazer reviver esta indústria emblemática de Viana do Castelo, com uma história de 70 anos", disse, então, Carlos Martins.